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Nacional
Sexta - 11 de Junho de 2004 às 08:54

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Localidades consideradas violentas de Pernambuco poderão ter o comércio de bebida alcoólica proibido após às 23h. A determinação é uma das medidas da chamada Lei Seca, aprovada na última quarta-feira pela Assembléia Legislativa, e que só precisa da sanção do governador para entrar em vigor.

Apesar da justificativa de que a ação irá diminuir os índices de criminalidade, o sentimento entre os proprietários dos estabelecimentos é de indignação e surpresa. Eles alegam que a medida só vai causar desemprego e que a violência deve ser combatida com um maior policiamento nas ruas.

Segundo o deputado estadual e autor da proposta, Pedro Eurico, os locais onde a lei poderá valer estão sendo definidos pela Secretaria de Defesa Social (SDS), com a elaboração de um mapa com os pontos mais violentos do Estado e da Região Metropolitana. "Só as áreas de risco, com maior potencial de ocorrerem crimes de proximidades, é que precisam de um controle na venda das bebidas", declarou. Quem descumprir a medida, receberá uma multa entre R$ 1 mil e R$ 100 mil. A Lei Seca também impedirá o comércio de bebidas nas faixas de 100 metros dos acostamentos das rodovias e num raio de 500 metros dos estádios de futebol.

Mesmo parecendo simples, o deputado sabe que essa é uma regra de difícil fiscalização e de pouca aprovação popular. É o que demonstra a comerciante Lindinalva Moraes da Silva, 44 anos, dona de um bar em Caixa D¿Água, Olinda. "Onze horas da noite o movimento ainda está começando. Não acredito que isso vá funcionar, mas temos que obedecer", colocou. Segundo ela, a lei não impedirá que as pessoas continuem fazendo "besteira". "Quem quiser pode beber em casa. Tenho certeza que existem coisas mais importantes para esses políticos resolverem", declarou.

Para José Ricardo dos Santos, 33, que trabalha num bar localizado no Mercado de Beberibe, a aprovação contribuirá para o fechamento de muitos bares e provocará inúmeras demissões. "A maior parte da nossa renda vem do comércio de cerveja. Essa lei só atrapalha. Quero saber se eles vão cobrir nosso prejuízo", indaga.

O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Leonardo Lamartini, espera que o governador Jarbas seja sensato. "Acredito que ele seja favorável a nossa causa e entenda que esse projeto não funcionará e diminuirá opções de lazer".




Fonte: Agência Nordeste

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