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Polícia Brasil
Sexta - 11 de Junho de 2004 às 07:55
Por: João Unes

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Goiânia - O assassinato de um padre acusado de homicídio provocou um dos maiores escândalos na história da Igreja em Goiás, em pleno feriado de Corpus Christi. O padre Moacir Bernardino da Silva, de 60 anos, foi executado com dois tiros na cabeça na noite de quarta-feira. O corpo foi jogado em uma avenida da periferia por dois homens que estavam em um Santana prata. A polícia informou que o corpo estava seminu quando foi lançado do carro em movimento. Policiais já começou a ouvir testemunhas, mas não têm informações sobre os dois homens.

Padre Moacir era acusado do assassinato do padre Adriano Moreira Curado, de 27 anos. Ele chegou a ser preso em março, sob suspeita de ter envenenado padre Adriano, na Paróquia Bom Jesus, no Jardim Novo Mundo, em 17 de abril de 2003. Também era acusado do crime o seminarista Dairan Pinto de Freitas, de 23 anos. Eles foram presos em março, mas soltos em seguida, com habeas-corpus do Tribunal de Justiça. Para justificar a libertação dos dois, o desembargador Byron Seabra Guimarães entendeu que faltou fundamentação na decretação da prisão, por parte do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1.ª Vara Criminal. Na ordem de prisão, o juiz expressou preocupação de os acusados não comparecerem ao interrogatório marcado para 29 de fevereiro.

Para fugir do assédio da imprensa, o padre Moacir e o seminarista Freitas deixaram a delegacia pela porta dos fundos. Em Guapó, a 35 quilômetros de Goiânia, onde era pároco, o padre foi homenageado pelos fiéis da paróquia com uma novena em sua chácara. Durante os dias em que o padre esteve preso, os fiéis ficaram de vigília em apoio a ele. A prisão do religioso foi pedida pelo Ministério Público, que alegou que padre Adriano fora executado porque ameaçava denunciar irregularidades da gestão do padre Moacir e acabar com a devassidão na paróquia. A polícia e o MP apuraram que o padre Moacir e o seminarista mantinham um relacionamento homossexual e assassinaram Adriano para que o escândalo não viesse a público.

Escuta - Entre as provas apresentadas à Justiça, a que mais pesou foi uma escuta montada no telefone da paróquia no ano passado. Depois que o padre Moacir foi libertado, fiéis e familiares do padre Adriano passaram a denunciar a omissão da Igreja, que estaria tentando abafar o caso e dificultando as investigações. A família do padre Adriano não quis comentar o assassinato do padre Moacir. Recentemente, os parentes publicaram uma carta no jornal O Popular, de Goiânia, acusando a Igreja de omissão no inquérito.




Fonte: Estadão.com

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