Juíza confirma prisão preventiva de "Mohamned O Egípcio"

A juíza de primeira instância Silvana Petromer confirmou hoje, quinta-feira, a prisão preventiva de Rabei Osman el Sayed, conhecido como "Mohamed O Egípcio" e considerado um dos mentores dos atentados de 11 de março em Madri, que se negou a depor.

"O Egípcio" se amparou ao direito que é previsto na lei de não responder nenhuma das perguntas que a juíza fez a ele na prisão de San Vittore, em Milão, para onde foi levado na segunda-feira passada após sua prisão, informou a advogada de ofício Viviana Bossi.

O auto de prisão assinado pelos promotores Maurizio Romanelli e Armando Spataro convalida a acusação de formação de quadrilha com objetivo de terrorismo internacional.

Por outro lado, Yahia Payuma, o jovem árabe de 22 anos detido junto com "Mohamed O Egipcio", respondeu às perguntas da juíza e negou este mesmo delito, informou Bossi, segundo a qual os interrogatórios duraram mais de duas horas.

Rabei Osman el Sayed, de 33 anos, foi preso por agentes da polícia antiterrorista italiana (Digos), que nas últimas semanas interceptaram várias conversações telefônicas nas quais ele assumia a autoria dos ataques de 11 de março.

Tendo em vista essas conversas e outras investigações paralelas, as autoridades italianas chegaram à conclusão de que "O Egípcio" estava preparando novos atentados em algum país europeu.

Segundo consta no auto de prisão, em alguns telefonemas ele mencionou várias vezes o metrô de Paris, como reconheceram hoje os promotores Romaneli e Spatari, que destacaram, no entanto, que isso não permite concluir que havia um plano concreto de atentado.

A Audiência Nacional espanhola solicitou à Itália a extradição de "O Egípcio", ao considerá-lo líder do grupo islâmico que cometeu o atentado de 11 de março passado.

A operação que resultou nas prisões de Milão continuou na Bélgica, onde na mesma segunda-feira foram detidas quinze pessoas, mas grande parte delas foram libertadas poucas horas depois.