Preso piloto de Leonardo Mendonça

O traficante Walterley Tertulino Azevedo, apontado como integrante da organização criminosa de Leonardo Dias Mendonça, considerado um dos maiores narcotraficantes do país, foi preso ontem por policiais federais em Vila Rica, a 1286 quilômetros de Cuiabá, depois de três meses de investigação.

Walterley era piloto da organização e responsável pelo transporte de cocaína da Colômbia para o Brasil. A prisão aconteceu na casa do piloto por volta das cinco horas da manhã, em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela 5ª Vara da Justiça Federal de Goiás.

De acordo com delegado da Polícia Federal Joaquim Mesquita, Walterley foi condenado a sete anos de reclusão por tráfico de drogas, depois que 195 quilos de cocaína foram apreendidos com ele no município de Caldas Novas (GO) em 2001. Desde então estava foragido. “Como 22 pessoas já estão presas, acreditamos que a organização não esteja atuando. Walterley era o único integrante que ainda não havia sido encontrado”, explicou o delegado. Walterley passaria a noite na Penitenciária Pascoal Ramos e seria levado para Goiânia, onde outros traficantes da organização estão presos.

Ainda de acordo com Joaquim Mesquita, o trajeto feito pela organização chefiada por Leonardo Dias era responsável pelas rotas Colômbia/Brasil e Colômbia/Suriname. A droga também era levada para os Estados Unidos e países da Europa. No Brasil a entrega era feita em São Paulo e Rio de Janeiro.

Leonardo Dias Mendonça é acusado ter envolvimento com o com o cartel de Suriname e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs), um grupo de guerrilheiros que há décadas pratica atos de terrorismo. O traficante ficou conhecido como "Barão das Drogas" e cumpre pena de 23 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado. A prisão dele aconteceu em 1999 em uma fazenda no município de Cocalinho, a 765 quilômetros de Cuiabá, quando transportava 327 quilos de coca. Na época também foram presos o proprietário da fazenda Ecival Pádua Santomé, seu irmão Luiz Pádua Santomé e os pilotos Iram Tabo Faria e Amarildo Oliveira Berigo.

Leonardo Mendonça ficou conhecido nacionalmente depois que foi divulgado seu envolvimento com juízes do TRF e o ministro do STJ Vicente Leal, com quem teria negociado sentenças sob o intermédio do deputado federal Pinheiro Landim (PMDB). Landim renunciou ao mandato em 2003 depois que as denúncias vieram à tona. A organização chefiada por Leonardo começou a ser desbaratada com a Operação Diamante, em 2002.