Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Sábado - 23 de Novembro de 2013 às 19:50

    Imprimir


Uma eventual decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF) aos poupadores que buscam corrigir as perdas com planos econômicos passados pode trazer impacto sistêmico, sobretudo nos bancos que têm grandes depósitos em caderneta de poupança como a Caixa, afirmou à Reuters uma importante fonte da equipe econômica ligada ao assunto.


 
"De cara, não quebra o Sistema Financeiro Nacional (SFN), mas pode ter sim impacto sistêmico", afirmou a fonte nesta sexta-feira.


 
Segundo a fonte, que falou sob condição de anonimato, esse impacto dependerá da decisão do STF. Mas se levar em consideração as perdas estimadas pelo Ministério da Fazenda de cerca de R$ 150 bilhões, os bancos teriam um forte impacto em seus patrimônios líquidos. Em junho, segundo dados do Banco Central, os 20 maiores bancos do País tinham patrimônio líquido de R$ 418,4 bilhões.


 
A principal afetada seria a Caixa Econômica Federal, justamente por ter a maior parte das aplicações em poupança. Segundo dados do BC, o banco estatal tinha R$ 189,7 bilhões em depósitos em poupança em junho, ou mais de 30% de todo o estoque da aplicação no País, seguida pelo Banco do Brasil, com R$ 129,0 bilhões.


 
Depois vinham Itaú (R$ 92,3 bilhões), Bradesco (R$ 72,6 bilhões) e Santander Brasil (R$ 29,3 bilhões).


 
Segundo a fonte da equipe econômica, caso o STF dê ganho de causa aos poupadores, os bancos terão de fazer os provisionamentos para as demais ações sobre o mesmo tema que estão em outras instâncias, já que a corte é o último local para recorrer.


 
"É difícil prever o que o STF decidirá, vai depender dos detalhes da decisão", acrescentou.


 
Procurados, a Caixa e a Febraban, federação brasileira dos bancos, não comentaram o assunto.


 
Na próxima semana, o plenário do STF começará a julgar a correção de perdas das cadernetas de poupança em diversos planos econômicos do passado, como o Bresser, Verão e Collor 1 e 2. Diante do risco, o governo e as instituições financeiras começaram intenso esforço para mostrar aos ministros os efeitos que essas correções poderão ter na economia.


 
Na tarde de ontem, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, encontraram-se com o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, entre outros.


 
O procurador-geral do BC, Isaac Sidney Ferreira, que também acompanhou os encontros, afirmou que caso o STF dê ganho de causa aos poupadores, haveria impacto na atividade econômica, com retração da ordem de R$ 1 trilhão no mercado de crédito.




Fonte: Terra

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/3811/visualizar/