CPI da Pirataria denuncia 100 pessoas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pirataria aprovou hoje, por unanimidade, o parecer do relator, deputado federal Josias Quintal (PMDB-RJ). O relatório denuncia 100 pessoas, incluindo policiais, juízes, empresários e políticos. Também pede o indiciamento de 50 pessoas por envolvimento com quadrilhas ligadas à pirataria, ao contrabando e à evasão fiscal.

A CPI fez um acordo com a Corregedoria da Secretaria de Segurança de São Paulo para que os policiais acusados de envolvimento com o crime organizado sejam investigados. Segundo Medeiros, a investigação descobriu nomes de policiais de todos os estados, mas a maior concentração é em São Paulo.

Cópias do relatório da CPI da Pirataria devem ser encaminhadas ainda hoje ao Ministério da Justiça, Ministério Público e à Polícia Federal, com pedidos de instalação de inquérito policial contra todos os nomes apontados no documento. Um dos denunciados no relatório, que tem cerca de 200 páginas, é o presidente do PP, o deputado federal Pedro Corrêa (PE), suspeito de envolvimento com Ari Natalino, o Lobão, preso no ano passado por sonegação fiscal e adulteração de combustível. Escutas telefônicas, feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, flagraram conversas entre Corrêa e Natalino. O relatório diz, no entanto, que a CPI não teve condições de aprofundar quais seriam as ligações entre os dois.

Outro denunciado é o empresário chinês Law Kin Chong, preso há oito dias sob a acusação de ter tentado subornar o presidente da CPI, Luiz Antônio medeiros (PL-SP).

João Paulo promete apuração

Ao receber o relatório, o presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), garantiu que as denuncias contra Pedro Corrêa serão apuradas. "Todas as pessoas, qualquer deputado, qualquer funcionário, qualquer pessoa deste país que estiver envolvida com contrabando ou com ilícito e for comprovado, será punida", disse.

Já Luiz Antônio Medeiros afirmou que a Câmara dos Deputados tem a obrigação de investigar Pedro Corrêa. "Nós criticamos muito a Justiça de São Paulo, por ter segurado o processo do senhor Law Kin Chong por sete anos. Se a Câmara age do mesmo jeito, sinceramente nós não temos moral para cobrar da sociedade, a Câmara deve dar o exemplo".