Interpol caça a filha de Arcanjo

A filha do "Comendador" João Arcanjo Ribeiro está sendo procurada pela Polícia Internacional (Interpol). A empresária Kely Arcanjo Ribeiro, 27, teve a prisão temporária decretada pelo juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, no dia 10 de maio. Apenas ontem, porém, a notícia "vazou" para a imprensa.

Kely Arcanjo, que está em Montevidéu (Uruguai), onde o pai a madrasta, Sílvia Chirata, estão presos, é acusada de estar gerenciando a organização criminosa que antes era comandada por Arcanjo.

"A informação da Interpol dá conta que a sua mudança para o Uruguai não teve por finalidade prestar apoio a seu pai. Na verdade buscou ser melhor orientada por João Arcanjo para dar continuidade às atividades da organização criminosa, notadamente no gerenciamento, administração e movimentação dos valores e bens, já indisponibilizados e sequestrados em decisão definitiva por este Juízo", destacou o magistrado em sua decisão.

O superintendente adjunto da Polícia Federal, Joaquim Mesquita, não quis revelar como estão sendo os contatos com a Interpol para prender a empresária brasileira. "A Polícia Federal realiza suas investigações sob sigilo, pois a publicidade pode prejudicar o cumprimento do mandado", limitou-se a dizer o delegado.

Conforme investigações da Interpol, a filha de Arcanjo estaria utilizando a Costa Rica para transferir recursos de atividades ilícitas praticadas no Brasil.

"Dessa forma a Requerida (Kely) tem atuado para manter efetiva a organização criminosa capitaneada pelo seu pai...buscando operar o dinheiro da quadrilha em paraísos fiscais. Para tanto transferiu-se para o Uruguai", diz parte da decisão do juiz.

Para a Justiça as ações de Kely Arcanjo servem para dificultar a implementação da medida de indisponibilidade e de sequestro dos bens da organização, "administrar e gerenciar o patrimônio ilícito, além de representar o "Comendador" perante instituições financeiras internacionais. Como se vê, a nova função da Requerida (Kely) é de extrema importância para a organização", pondera o magistrado.

O juiz ressalta que a prisão da empresária é imprescindível para a conclusão do inquérito policial que investiga a conduta dela dentro do esquema criminoso.