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Cidades/Geral
Terça - 08 de Junho de 2004 às 17:05

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A situação do setor madeireiro na região Norte de Mato Grosso continua critica devido as exigências do Ministério do Meio Ambiente de averbação de áreas de extração de madeira em 80%. Tão crítica que em uma carta direcionada ao setor, o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmad), Sidnei Bellincanta faz duras críticas ao Governo e anuncia ocupação das instalações do Ibama na região e em Cuiabá.

O sindicato vem buscando, há meses, sem êxito, convencer o Ministério do Meio Ambiente que o setor não consegue atender essa exigência da averbação e pede que volte a vigorar a medida que estabelece averbação de 50% das áreas. A bancada federal mato-grossense foi mobilizada para pressionar o governo por uma solução, mas nada ainda foi resolvido.

"Pilatos, lavou as mãos! Eu? Eu não perderei tempo em lavá-las, pois deste momento em diante elas permanecerão sujas de tinta utilizadas para produzir as faixas de protestos e calejadas por portar bandeiras da verdade e da razão" - diz um trecho da carta aos associados do sindicato.

O setor madeireiro pode começar, nos próximos dias, a demissão de 11 mil funcionários porque não consegue extrair toras para beneficiá-las e cumprir os acordos comerciais.

"Chega de mentiras que só acobertam a incompetência daqueles que se dizem defensores da natureza, dos projetos de manejo florestal, etc... mas não tem coragem e competência para abrir a mente e ver a realidade. Estão induzindo a morte as nossas florestas ao invés de protegê-las" - assinala o dirigente.

Bellincanta convoca os associado para, "com braços erguidos, e carregando nossa reivindicação em nosso manifesto em Cuiabá, no próximo dia 21". Da mesma forma, ele diz esperar contar com o apoio de cada associado na ocupação de todas as agências e gerências, imobilização das viaturas a trabalho do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente. "Paramos nós. Param eles também!".

O dirigente informou que o sindicato estará comunicando oficialmente os órgãos que serão ocupados, pois esperamos que seja uma ocupação pacífica e ordeira, evitando assim a violência. "Lamentamos que a situação tenha atingido tal gravidade. Fizemos o possível para isso não acontecer, mas agora nada impedirá o nosso movimento" - assinalou, aconselhando aos madeireiros para que tomem as providências necessárias para sanar os problemas particulares de suas empresas, sem esperar que o Ibama ou o Ministério do Meio Ambiente tomem medidas coerentes.

"Os empregos que tanto defendemos e pedimos para mantê-los serão sacrificados. Diante disso, eu peço uma trégua, e lavo as minhas mãos. Para aqueles que duvidaram da possibilidade de 11.000 demissões, peço para que olhem à sua volta, pois elas já começaram" - assinalou na carta. "Dizer que o problema social não é problema afeto ao Meio Ambiente é um erro.

Para o dirigente, Manejo Florestal liberado não é erro, mas sim garantia de desenvolvimento sustentado do ponto de vista econômico, social e ambiental, considerada por ele única política séria de garantia da conservação da floresta. "Se existe algum erro nos manejos, é problema de ordem administrativo e de execução, pois se tivéssemos defensores verdadeiros dos PMFS no Ibama e MMA, certamente já estariam resolvidos" - observou.

"A propósito, é estranho o comportamento do MMA/Ibama no que se refere ao manejo florestal, pois, só neste ano, receberam €35.000.000,00 através do PPG-7, recurso este que deveria ser utilizado no investimento do aprimoramento dos Projetos de Manejo Florestal. Entretanto, durante a vigência da cooperação do G7, efetivamente, pouco resultado foi alcançado. Isto se deve ao conflito interno entre o que o MMA/IBAMA prega e o que é praticado. A sensação é que o objetivo maior do MMA/Ibamna é vender meio ambiente e não fazer meio ambiente" - diz com efeito.




Fonte: Cuiabá

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