Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Terça - 08 de Junho de 2004 às 08:40
Por: Alecy Alves

    Imprimir


A família não tem mais dúvida: é da comerciante Lizete Jesus Santana, de 40 anos, conhecida por “Linda”, a ossada encontrada na noite de quarta-feira da semana passada (dia dois) numa cascalheira do bairro Altos da Serra. O reconhecimento foi feito ontem às 10 horas pelo filho dela, o estudante Renan da Silva Santana, de 19 anos.

Renan identificou a mãe pela calça (corsário de cor vinho), sandálias e o sutiã. Também pela marreta encontrada ao lado do corpo, provavelmente a arma usada no crime. “Linda”, que desapareceu no dia 10 de abril deste ano na companhia do namorado Gilberto de Abreu Giacomelli, 35, conhecido por “Gaúcho”, apresentava fratura na região frontal do crânio.

O reconhecimento foi determinado por detalhes das vestimentas. Um deles foram as sandálias que ela transformou em rasteirinha, cortando as tiras que as prendiam no calcanhar - iguais às que presenteou a irmã - e o sutiã com armação de ferro e bojo de espuma que habitualmente usava para aumentar o volume dos seios.

Além disso, Renan identificou como sendo da mãe a marreta que estava ao lado do corpo. De acordo com o estudante, desde a época em que era dona de uma borracharia, “Linda” carregava a ferramenta no porta-malas do carro, a mesma Parati com a qual saiu de casa para se encontrar com o namorado no dia em que desapareceu.

Apesar do reconhecimento, o corpo da comerciante não foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) ontem como a família esperava. Renan e o primo Fernando Taques Viana já haviam contratado uma van, ao preço de R$ 500, para levar parentes e amigos para o sepultamento no município de Nortelândia (a 250 quilômetros de Cuiabá), onde moram a mãe e irmãos da comerciante.

O auxiliar de necrópsia do setor de antropologia do IML, Rubival Arruda Gomes, disse que por decisão do perito Manoel Elias de Resende os restos mortais da comerciante só serão liberados para a família na próxima segunda-feira. Conforme Gomes, o médico perito decidiu analisar melhor a ossada.

Especialista e responsável pela divisão de antropologia do IML, Manoel de Resende concluiu que periciando individualmente cada osso poderia produzir um laudo mais completo e ajudar mais na apuração do assassinato.

Proprietária de uma lanchonete no bairro Santa Helena, “Linda” saiu de casa (onde também funciona o comércio) por volta das 13 horas do dia 10 para se encontrar com o namorado, um homem que ela conhecia pelo falso nome de Geovane Ourives da Silva e o apelido de “Gaúcho” e que depois foi identificado como Gilberto de Abreu Giacomelli.

Na noite de sábado, “Gaúcho” telefonou dizendo para os filhos dela que estavam em Chapada dos Guimarães e que só retornariam no dia seguinte. No domingo à noite, ligou novamente e mais uma vez disse que continuavam em Chapada, e antes de desligar o telefone avisou que o carro de “Linda”, uma Parati, e o cachorro que ela levava, estavam na casa dele, no bairro Morada do Ouro. Ele ainda indicou o local onde deveriam pegar as chaves da casa e do veículo.

Sem conseguir contato com a mãe, na terça-feira os filhos decidiram registrar queixa na polícia. Conforme os filhos, “Linda” jamais se ausentou de casa sem dizer para onde iria e a que dia ou hora retornaria. Mesmo quando saía para fazer compras para a lanchonete, “Linda” costumava ligar para saber se estava tudo bem em casa e avisar sobre possíveis atrasos.




Fonte: Diário de Cuiabá

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/381393/visualizar/