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Soja consumida no país não é fiscalizada
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que seria a responsável pelo monitoramento de resíduos agrotóxicos na soja consumida no mercado interno, admite não fazer esse serviço.
Segundo o gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, depois da "celeuma" com a soja recusada pela China, o órgão pensa em implementar o monitoramento até o final do ano. "A intenção é essa, mas não podemos garantir que isso vá ocorrer, por problemas estruturais", afirmou.
Nos últimos dois meses, a China recusou quatro carregamentos de soja oriunda do Brasil sob a alegação de que os grãos estavam misturados a sementes com herbicidas e, portanto, contaminados.
Há dois anos a Anvisa monitora nove produtos (entre frutas e legumes) dentro do Para (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos) -e assim mesmo em apenas 13 Estados brasileiros. No ano passado, esse monitoramento era restrito a apenas quatro Estados.
"No caso da soja é um processo complexo, já que a simples análise de multirresíduos custa R$ 900", disse Meirelles. O Ministério da Agricultura fiscaliza apenas produtos destinados à exportação.
O monitoramento de resíduos, no entanto, era tabu no ministério na última sexta-feira. Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, só depois de chegar a um consenso sobre as normas de fiscalização é que técnicos falariam sobre o assunto.
A instrução normativa dependia, na sexta-feira, de consenso entre 16 técnicos (oito do governo e oito da iniciativa privada) para ser editada.
O plantio de soja transgênica aponta para outro risco de contaminação, que é o uso de glifosato. O produto, na soja convencional, é aplicado no período de pré-emergência (antes do plantio). No caso da soja transgênica, o glifosato é aplicado no período de desenvolvimento da cultura. O prazo de carência do glifosato é de 56 dias antes da colheita. Mas não existe fiscalização caso o produtor decida desrespeitar a carência.
"O glifosato entra no caso de dissecantes [usado para uniformizar a maturação da soja para colheita], que, na sua maioria, tem carência de sete dias, mas o respeito a isso fica a critério do produtor", diz Reinaldo Skalisz, chefe do Receituário Agronômico da Secretaria da Agricultura do Paraná. Luiz Cláudio Meirelles admite esses problemas.
Segundo o gerente-geral de toxicologia, a Anvisa precisa ampliar o número de laboratórios conveniados (hoje são quatro) para enfrentar a nova realidade. "No caso do glifosato, a análise tem que ser diferente da de multirresíduos e isso requer tempo para estruturação da Anvisa."
Usos do grão
Soja e derivados são itens presentes em hambúrgueres, maioneses, margarinas, bolos industrializados e até bombons recheados e sucos de frutas. "A soja é muito versátil, já que no grão há óleo, proteína, fibras insolúveis, úteis para prisão de ventre, fibras solúveis, que podem ser usadas para reduzir risco de doenças e outros componentes que ajudam na saúde", diz a pesquisadora Vera de Toledo Benassi, da Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Cada grão tem, em média, 40% de proteína -o arroz tem 7% e o feijão, 20%, por exemplo. Mas, além dos fatores nutricionais, explica a pesquisadora, a soja é bem cotada na indústria alimentícia devido ao que classifica de fatores "tecnológicos". "A proteína de soja, por exemplo, tem uma capacidade grande de reter água. Isso é interessante porque o alimento fica mais consistente, por exemplo, ou dá consistência para uma massa", explica.
Segundo o gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, depois da "celeuma" com a soja recusada pela China, o órgão pensa em implementar o monitoramento até o final do ano. "A intenção é essa, mas não podemos garantir que isso vá ocorrer, por problemas estruturais", afirmou.
Nos últimos dois meses, a China recusou quatro carregamentos de soja oriunda do Brasil sob a alegação de que os grãos estavam misturados a sementes com herbicidas e, portanto, contaminados.
Há dois anos a Anvisa monitora nove produtos (entre frutas e legumes) dentro do Para (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos) -e assim mesmo em apenas 13 Estados brasileiros. No ano passado, esse monitoramento era restrito a apenas quatro Estados.
"No caso da soja é um processo complexo, já que a simples análise de multirresíduos custa R$ 900", disse Meirelles. O Ministério da Agricultura fiscaliza apenas produtos destinados à exportação.
O monitoramento de resíduos, no entanto, era tabu no ministério na última sexta-feira. Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, só depois de chegar a um consenso sobre as normas de fiscalização é que técnicos falariam sobre o assunto.
A instrução normativa dependia, na sexta-feira, de consenso entre 16 técnicos (oito do governo e oito da iniciativa privada) para ser editada.
O plantio de soja transgênica aponta para outro risco de contaminação, que é o uso de glifosato. O produto, na soja convencional, é aplicado no período de pré-emergência (antes do plantio). No caso da soja transgênica, o glifosato é aplicado no período de desenvolvimento da cultura. O prazo de carência do glifosato é de 56 dias antes da colheita. Mas não existe fiscalização caso o produtor decida desrespeitar a carência.
"O glifosato entra no caso de dissecantes [usado para uniformizar a maturação da soja para colheita], que, na sua maioria, tem carência de sete dias, mas o respeito a isso fica a critério do produtor", diz Reinaldo Skalisz, chefe do Receituário Agronômico da Secretaria da Agricultura do Paraná. Luiz Cláudio Meirelles admite esses problemas.
Segundo o gerente-geral de toxicologia, a Anvisa precisa ampliar o número de laboratórios conveniados (hoje são quatro) para enfrentar a nova realidade. "No caso do glifosato, a análise tem que ser diferente da de multirresíduos e isso requer tempo para estruturação da Anvisa."
Usos do grão
Soja e derivados são itens presentes em hambúrgueres, maioneses, margarinas, bolos industrializados e até bombons recheados e sucos de frutas. "A soja é muito versátil, já que no grão há óleo, proteína, fibras insolúveis, úteis para prisão de ventre, fibras solúveis, que podem ser usadas para reduzir risco de doenças e outros componentes que ajudam na saúde", diz a pesquisadora Vera de Toledo Benassi, da Embrapa Soja (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Cada grão tem, em média, 40% de proteína -o arroz tem 7% e o feijão, 20%, por exemplo. Mas, além dos fatores nutricionais, explica a pesquisadora, a soja é bem cotada na indústria alimentícia devido ao que classifica de fatores "tecnológicos". "A proteína de soja, por exemplo, tem uma capacidade grande de reter água. Isso é interessante porque o alimento fica mais consistente, por exemplo, ou dá consistência para uma massa", explica.
Fonte:
Das Agência Folha
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/381478/visualizar/
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