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Forró serve de inspiração para pop da França
Os dois estilos musicais são muito semelhantes, na avaliação de Claude Sicre, líder do grupo Fabulous Trobadors(Fabulosos Trovadores), que acaba de lançar seu quarto disco na França.
As semelhanças são lingüísticas, já que o dialeto occitane, do sul da França, tem similaridades com o português, e também em termos de ritmo, melodias, estrofes, temas das canções e ainda em relação à maneira de cantar, avalia Claude Sicre.
“Conheço bastante a música francesa da época medieval. Achei que seria interessante tocá-la na época atual, embora achasse que fosse uma música de livros, sem muita vida. Quando fui ao Brasil, encontrei a música dos trovadores occitanos, tocada há 700 anos na região sul da França, no Nordeste brasileiro”, diz o líder do Fabulous Trobadors, de Toulouse.
Para Sicre, o forró é uma música mais elaborada e viva, que manteve em seu estilo o modelo dos trovadores medievais franceses.
“O repente era, na França, uma música de duelo entre os cantores. No Brasil, o repente é algo alegre e por isso me interessei pela música do Nordeste brasileiro”, afirma o músico que recentemente se apresentou na capital francesa. Sanfona e zabumba
O Fabulous Trobadors utiliza bastante o repente em suas canções. A proximidade entre o forró e a música regional occitane também pode ser observada em relação aos instrumentos musicais: pandeiro, triângulo, sanfona, zabumba.
Os franceses utilizam alguns instrumentos diferentes, principalmente de cordas.
“A música do Nordeste brasileiro é muito importante para o renascimento de nossa música folclória. Por isso, temos um grande reconhecimento em relação ao forró nordestino ”, diz Claude Sicre Músicos brasileiros, como Lenine, já participaram de discos do Fabulous Trobadours.
O grupo Bombes 2 Bal, também de Toulouse, formado somente por mulheres, também se apresentou recentemente em Paris e lançará seu primeiro disco em setembro próximo.
O disco Danse avec ta Grande-Mère (Danse com a tua avó) tem o objetivo de resgatar na França as canções de roda, onde pessoas de diferentes idades dançam juntas. Forró na França
Magali Brunel, vocalista do Bombes 2 Bal, acredita que o forró, seja o nordestino ou o occitane francês, poderá se tornar um estilo musical bastante conhecido na França.
“Acho que o público quer ouvir novamente essas músicas. As pessoas querem dançar e resgatar as danças acompanhadas e em roda. Falta isso na França e estamos tentando recuperar esse hábito”, diz ela.
Magali acredita que esse tipo de música deverá ganhar mais notoriedade porque 2005 será o ano do Brasil na França - com inúmeros eventos culturais previstos ao longo do ano.
“As portas vão se abrir para o forró ficar na moda. Mas não queremos que o forró seja apenas um fenômeno modista. Nosso objetivo é que ele dure para sempre”, afirma Magali.
Os dois grupos de forró francês têm uma forte ligação com músicos brasileiros como Mestre Ambrósio, Silvério Pessoa (que participa deste primeiro disco de Bombes 2 Bal) e Chico César.
Eles criaram uma associação, a “Escambiar”, para realizar intercâmbios com músicos do mundo todo, principalmente com os do nordeste do Brasil.
Eles pretendem, ao divulgar essa música regional francesa, criar também uma nova relação com o público, por meio da dança, e também com os músicos franceses, mostrando-lhes que eles são capazes de improvisar letras, como no repente.
Falta remelexo Em seus shows, os dois grupos de forró francês apresentam dançarinos, que convidam as pessoas para dançar durante a apresentação. Se o ritmo é bastante semelhante ao do nordeste, o mesmo não se pode dizer do modo de dançar do público francês, que apesar do esforço, ainda não consegue se movimentar como nos verdadeiros forrós nordestinos.
Isso não impediu, no entanto, que o show dos dois grupos em Paris fosse bastante animado. O técnico em informática Rachid Rabat, que dançou e cantou durante todo o concerto, afirma apreciar as letras e as músicas do forró francês, que são, em sua opinião, alegres e divertidas.
“Elas me lembram as músicas do tempo de minha avó, que é originária do sul da França. Acho interessante este resgate musical”, diz ele.
Ao que tudo indica, o disco Danse avec ta Grande-Mère, do Bombes 2 Bal, deverá mesmo fazer sucesso quando for lançado, em setembro próximo.
As semelhanças são lingüísticas, já que o dialeto occitane, do sul da França, tem similaridades com o português, e também em termos de ritmo, melodias, estrofes, temas das canções e ainda em relação à maneira de cantar, avalia Claude Sicre.
“Conheço bastante a música francesa da época medieval. Achei que seria interessante tocá-la na época atual, embora achasse que fosse uma música de livros, sem muita vida. Quando fui ao Brasil, encontrei a música dos trovadores occitanos, tocada há 700 anos na região sul da França, no Nordeste brasileiro”, diz o líder do Fabulous Trobadors, de Toulouse.
Para Sicre, o forró é uma música mais elaborada e viva, que manteve em seu estilo o modelo dos trovadores medievais franceses.
“O repente era, na França, uma música de duelo entre os cantores. No Brasil, o repente é algo alegre e por isso me interessei pela música do Nordeste brasileiro”, afirma o músico que recentemente se apresentou na capital francesa. Sanfona e zabumba
O Fabulous Trobadors utiliza bastante o repente em suas canções. A proximidade entre o forró e a música regional occitane também pode ser observada em relação aos instrumentos musicais: pandeiro, triângulo, sanfona, zabumba.
Os franceses utilizam alguns instrumentos diferentes, principalmente de cordas.
“A música do Nordeste brasileiro é muito importante para o renascimento de nossa música folclória. Por isso, temos um grande reconhecimento em relação ao forró nordestino ”, diz Claude Sicre Músicos brasileiros, como Lenine, já participaram de discos do Fabulous Trobadours.
O grupo Bombes 2 Bal, também de Toulouse, formado somente por mulheres, também se apresentou recentemente em Paris e lançará seu primeiro disco em setembro próximo.
O disco Danse avec ta Grande-Mère (Danse com a tua avó) tem o objetivo de resgatar na França as canções de roda, onde pessoas de diferentes idades dançam juntas. Forró na França
Magali Brunel, vocalista do Bombes 2 Bal, acredita que o forró, seja o nordestino ou o occitane francês, poderá se tornar um estilo musical bastante conhecido na França.
“Acho que o público quer ouvir novamente essas músicas. As pessoas querem dançar e resgatar as danças acompanhadas e em roda. Falta isso na França e estamos tentando recuperar esse hábito”, diz ela.
Magali acredita que esse tipo de música deverá ganhar mais notoriedade porque 2005 será o ano do Brasil na França - com inúmeros eventos culturais previstos ao longo do ano.
“As portas vão se abrir para o forró ficar na moda. Mas não queremos que o forró seja apenas um fenômeno modista. Nosso objetivo é que ele dure para sempre”, afirma Magali.
Os dois grupos de forró francês têm uma forte ligação com músicos brasileiros como Mestre Ambrósio, Silvério Pessoa (que participa deste primeiro disco de Bombes 2 Bal) e Chico César.
Eles criaram uma associação, a “Escambiar”, para realizar intercâmbios com músicos do mundo todo, principalmente com os do nordeste do Brasil.
Eles pretendem, ao divulgar essa música regional francesa, criar também uma nova relação com o público, por meio da dança, e também com os músicos franceses, mostrando-lhes que eles são capazes de improvisar letras, como no repente.
Falta remelexo Em seus shows, os dois grupos de forró francês apresentam dançarinos, que convidam as pessoas para dançar durante a apresentação. Se o ritmo é bastante semelhante ao do nordeste, o mesmo não se pode dizer do modo de dançar do público francês, que apesar do esforço, ainda não consegue se movimentar como nos verdadeiros forrós nordestinos.
Isso não impediu, no entanto, que o show dos dois grupos em Paris fosse bastante animado. O técnico em informática Rachid Rabat, que dançou e cantou durante todo o concerto, afirma apreciar as letras e as músicas do forró francês, que são, em sua opinião, alegres e divertidas.
“Elas me lembram as músicas do tempo de minha avó, que é originária do sul da França. Acho interessante este resgate musical”, diz ele.
Ao que tudo indica, o disco Danse avec ta Grande-Mère, do Bombes 2 Bal, deverá mesmo fazer sucesso quando for lançado, em setembro próximo.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/381479/visualizar/
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