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Agronegócios
Segunda - 07 de Junho de 2004 às 09:26

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O aumento sustentado da cotonicultura em Mato Grosso despertou o interesse dos peruanos. Um grupo de sete industriais percorreu as principais lavouras de algodão do Estado com o objetivo de conhecer o sistema global de produção da cultura, desde o manejo na lavoura até a comercialização da fibra. Os peruanos integram o Instituto Peruano de Algodão (IPA), que congrega industriais têxteis e da área técnica da cotonicultura daquele país. A visita foi encerrada ontem, nos campos experimentais da Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec/Cirad), em Primavera do Leste (MT).

Segundo o coordenador da Coodetec, Jean- Louis Bélot, o IPA tem programa de melhoramento genético das variedades de algodão e “por isso há o interesse em aplicar variedades mato-grossenses em algumas áreas do país. Apesar de possuírem um sistema de produção considerado de pequeno porte, em comparação ao nosso – que está muito próximo do utilizado pelos norte-americanos e australianos – os peruanos estão muito entusiasmados com este intercâmbio”, explica.

Atualmente, a safra peruana é de aproximadamente 50 mil toneladas em uma área plantada de 60 mil hectares. Sem mensurar volumes, Bélot destaca que algumas industrias importam a fibra brasileira. “Não sei se já compram de Mato Grosso, mas sempre há possibilidade de criação ou ampliação de mercado consumidor com estas missões”, aponta.

A visita está centrada em lavouras de Campo Verde e Primavera do Leste, e nas cooperativas, Cooperfibra, Unicotton e Coodetec, respectivamente. 2004 – O interesse peruano foi revelado no início do ano, quando a convite do Instituto Peruano do Algodão, o produtor e tesoureiro da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Álvaro Salles participou do Foro Internacional que discutiu o crescimento da cultura naquele país.

Salles teve a oportunidade de explicar como o algodão estadual passou a ser um dos principais elos do agronegócio brasileiro e principalmente, ratificou que o sucesso dos produtores é fruto de investimentos na tecnificação das lavouras e usinas de beneficiamento como também em pesquisas e melhoramento genético, promovidos pelo Fundo de Apoio à Cultura do Algodão (Facual). “Os peruanos têm como referência mundial a nossa organização e principalmente, nossa relação com o governo que lá é praticamente inexistente. Pude realizar duas apresentações, uma sobre a estrutura e potencial do Facual, organização da Ampa e também relatei sobre a tecnologia de produção empregada na cotonicultura mato-grossense”, conta Salles.

O produtor explica que os peruanos almejam produzir algodão na selva, pois as áreas tradicionais de cultivo no Peru não oferecem estrutura agrária que suporte grandes incrementos de produção.




Fonte: Agrojornal

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