Executivo Municipal: Justiça é a saída para contas de exercícios anteriores

Num clima até certo ponto de exaltação, foi realizada na tarde da última quinta-feira (03), no gabinete da Prefeita Municipal em exercício de Tangará da Serra, Ana Maria Monteiro de Andrade, uma reunião entre vereadores, empresários, assessoria jurídica municipal e a chefe do Executivo.

Participaram representando o Legislativo municipal os vereadores Ronaldo Quintão, Odete Ribeiro, Vânia Tretel, Ney do Borrachão, Giocondo Vaccari, Sérgio Mattes, Renato Gouveia e Sandra Garcia. O tema da reunião foi referente ao não pagamento por parte do Executivo de dívidas contraídas e não empenhadas em exercícios anteriores.

A reunião foi solicitada pelos empresários e vereadores pois há algum tempo, a Prefeita Ana Monteiro tomou a decisão de não efetuar o pagamento das dívidas não empenhadas sem determinação judicial, com base no parecer do Assessor Jurídico da Prefeitura Municipal, Dirceu Tamanho. “Não estou aqui para dar calote, mas o que não podemos é correr o risco de amanhã ou depois o Tribunal de Contas novamente reconhecer que percorremos o caminho errado”, justificou.

Para a Prefeita, o caminho mais correto para que os credores possam estar recebendo suas dívidas, é procurar a Justiça, “pois só assim o município estará isento de qualquer manifestação de improbidade administrativa”. Segundo ela, existe um montante em caixa para o pagamento dessas pendências porém somente a Justiça é o caminho para que se efetue o pagamento com total lisura. “Estou aqui para trabalhar com o dinheiro público da maneira que tem que ser trabalhado, temos dinheiro reservado para o pagamento dessas dívidas e com certeza após a sentença judicial cada um dos credores receberá aquilo que for determinado”, assinalou.

Segundo informações obtidas no momento da reunião, a dívida do município para com prestadores de serviços e empresas relativas a exercícios anteriores, ultrapassa a soma de R$ 1 milhão. Nesse sentido, a Prefeita declarou que a “pressão” por parte dos vereadores para liquidar essas contas chega a ser um ato incompreensível, pois “estou apenas há dois meses à frente do Executivo e porque somente agora eles querem uma solução imediata para problemas que vêm se arrastando há alguns anos?”, questionou.

Com o clima tenso e até exaltação de ambas as partes, alguns vereadores se retiraram do gabinete antes do término da reunião, ao passo que outros foram favoráveis à decisão da Prefeita que finalizando disse estar tranqüila com a decisão, pois esta é a mais sensata sendo que “o que estou fazendo hoje é para que amanhã eu não precise estar novamente sentada num banco sendo acusada de ter dado calote. Quem tem dinheiro a receber, irá receber e pagaremos com prazer, apenas temos que ter o aval da Justiça, por isso estamos tomando essa decisão”.