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Internacional
Domingo - 06 de Junho de 2004 às 11:33

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O prefeito francês que celebrou hoje o primeiro casamento gay da França, o deputado dos Verdes Noel Mamere, será punido por desafiar o governo conservador e a Justiça, que querem anular esta inédita união.

Menos de uma hora depois de o prefeito de Begles (sudoeste da França) ter declarado Stéphane Chapin e Bertrand Charpentier "unidos pelo casamento", o ministro do Interior, Dominique de Villepin, anunciou a abertura de um processo para a punição de Mamere.

Além disso, o titular da pasta de Justiça, Dominique Perben, pediu que seja "imediatamente" apresentado um pedido de nulidade do casamento gay, depois de ressaltar que Mamere "está plenamente consciente" de que o que fez foi ilegal e que, se for necessário, será aberta "uma investigação judicial".

O ex-candidato presidencial dos Verdes, que durante as últimas semanas manteve uma dura queda de braço com o Executivo, se mostrou, no entanto, "preparado para assumir todos os riscos" do que chamou de um "gesto contra a intolerância". "Estou orgulhoso deste casamento, que não é um ato de desobediência civil. Não sou um fora da lei, mas me limito a interpretar o Código Civil", explicou Mamere durante a cerimônia.

"São momentos difíceis, mas um político deve tomar iniciativas. Não sei o que o governo ou os juízes me reservam, mas tenho a consciência tranqüila", acrescentou emocionado ante os noivos. Charpentier, de 31 anos, e Chapin, de 34, chegaram à prefeitura num Rolls-Royce, em meio aos aplausos dos defensores dos casamentos gay e dos protestos dos críticos, que começaram a se reunir nas imediações duas horas antes do casamento.

Um grande número de policiais impediu que os protestos se transformassem em incidentes, já que membros dos dois grupos tentaram entrar no recinto reservado para o casamento, que despertou um enorme interesse da mídia. Os noivos, que decidiram mudar de casa nos últimos dias para evitar problemas, foram recebidos em sua chegada por uma delegação do "Manifesto pela igualdade dos direitos" e por alguns representantes políticos.

"De acordo com o que pensarem, nos verão como provocadores ou como homens corajosos. Quiseram nos demonizar, mas espero que em breve isto seja um ato banal", afirmou Mamere. Vestidos com ternos claros, Charpentier de cinza e Chapin de bege, os noivos pronunciaram o "sim" tradicional e trocaram seus anéis antes de serem "unidos no casamento" e aplaudidos.




Fonte: Agência EFE

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