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Cidades/Geral
Sábado - 05 de Junho de 2004 às 13:36

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A CNTT (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes) lança na próxima terça-feira uma campanha nacional para combater o transporte pirata em todo o país.

Está prevista a realização de uma manifestação em Brasília, em frente ao Congresso Nacional.

Trabalhadores da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia e Brasília deverão participar de uma carreata na Esplanada dos Ministérios.

Durante a manifestação, os líderes do movimento vão se reunir com representantes de governo, entre eles o secretário Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, José Carlos Xavier.

Xavier explica que o apoio à campanha foi motivado pela afinidade com a proposta. Para ele, o transporte público tem que ser prestado sob gestão pública porque somente dessa maneira é possível promover planejamento, fiscalização e fixação das tarifas.

"Acreditar num serviço estruturado significa entender que o transporte prestado sob o interesse dos prestadores é incompatível com a qualidade. Incompatível porque experiências de desregulamentação feitas por outros países se mostraram desastrosas", disse.

Mas alguns usuários não pensam assim. Para Doralice dos Santos, moradora de Samambaia Sul, cidade próxima a Brasília, o transporte alternativo é muito útil porque aumenta a oferta.

"Existem poucos ônibus nas linhas e na maioria das vezes eles não cumprem horário", reclamou.

Ivaneide de Moura Caetano, moradora de Recanto das Emas, em Brasília, tem a mesma opinião. Mas ressalta que a segurança não é a mesma. "Andam sempre correndo e com lotação além da permitida. Eu só pego quando estou com muita pressa", disse.

O secretário Xavier disse que é legítimo que o usuário pense dessa forma e que cabe ao Poder Público mostrar que esse tipo de transporte não é sustentável. "O motorista clandestino presta os serviços de acordo com seu interesse pessoal de rentabilidade. As cidades exigem um sistema de alta capacidade e essas redes com veículos de baixa capacidade oneram o trânsito, aumentam os acidentes, a poluição e vão terminar parando o sistema de transporte", ressaltou.

O presidente da CNTT, Lúcio Lima, lembrou que em oito anos o sistema de transporte clandestino abocanhou 100 mil postos de trabalho com carteira assinada.

Segundo ele, a concorrência com os piratas é desleal por causa da sonegação de impostos e encargos sociais.

Ele reconheceu, entretanto, que é preciso que as empresas de ônibus melhorem os serviços. "Há oito anos os focos de transporte pirata surgiram exatamente pela lacuna deixada pelas empresas que nunca prestaram um bom serviço para a população, salvo raras exceções", finalizou.




Fonte: UOL

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