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Cidades/Geral
Terça - 23 de Outubro de 2012 às 16:39

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Na sexta-feira (19), o Conselho Regional de Psicologia da 18ª Região de Mato Grosso (CRP 18/MT) recebeu cerca de 25 profissionais que atuam diretamente com a política nacional para população em situação de rua. Os profissionais de várias cidades de Mato Grosso se reuniram na sede do CRP 18/MT, localizada no bairro Boa Esperança.

Fabiana Tozi, pesquisadora e assessora técnica do conselho, afirma que a reunião do grupo multiprofissional é uma das modalidades de levantamento de dados que pretende verificar como está acontecendo a interdisciplinaridade da política. Segundo a psicóloga, a reunião é um instrumento necessário para traçar um panorama do Estado, frente à situação, e contribuir com a publicação nacional do documento de referências técnicas que será elaborado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), fruto da pesquisa que acontece simultaneamente em todo o Brasil, por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).

“Acredito que atingimos o objetivo, principalmente pelo número de atores da política pública que reunimos, a participação de assistentes sociais, de enfermeiros, de educadores físicos, de redutores de danos, não só de Cuiabá e Várzea Grande, mas também do interior do Estado, e isso demonstra que os profissionais estão atuantes e preocupados em melhorar a atuação”, analisou Fabiana Tozi.

Os profissionais que atuam na área consideram essencial a formulação de referências técnicas para a atuação e acreditam que o documento garantirá melhorias e avanços para a prática profissional e, consequentemente, à sociedade.

A coordenadora do Consultório de Rua de Várzea Grande, enfermeira Marildes Ribeiro Amorim, considera que a iniciativa é importante porque vai nortear o trabalho do psicólogo. “É um projeto muito novo e têm muitos profissionais que não sabem ainda desse trabalho, e essa dinâmica vai realmente ensinar, ou nortear, o psicólogo para saber como lidar nessas situações. Eu acho muito importante isso”. Marildes Amorim diz ainda que a publicação vai gerar conhecimento de como funciona toda a rede de políticas públicas voltadas a moradores de rua, causando avanços à prática.

Leandro Teixeira Denandi, psicólogo do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Sinop (503 km de Cuiabá), acredita que o documento balizará a prática profissional, definindo o papel do psicólogo voltado à população de rua. “É fundamental esse encontro, proporcionado pelo Conselho de Psicologia de Mato Grosso e o Crepop, para propiciar essa discussão para que nós possamos trazer informações do que está sendo feito em cada município e apresentar as dificuldades para a construção de novos modelos e parâmetros de atuação para o profissional da psicologia”, afirma.

A psicóloga do Creas de Lucas do Rio Verde (360 km de Cuiabá), Priscila Soares Padilha, também aprova a iniciativa e acredita que as referências técnicas mudarão o trabalho dos psicólogos. “É necessário isso que está acontecendo aqui, a gente ter vindo, profissionais de várias cidades diferentes, para formular esse projeto que é muito importante porque nós não temos, na nossa realidade mesmo em Lucas do Rio Verde, nada escrito, nada pronto que defina como a gente tem que fazer. A gente tem que criar, às vezes, da nossa cabeça, as nossas idéias do que fazer. Ter um documento oficial, escrito e programado de como tem que ser feito, com pelo menos as orientações, é fundamental para a gente saber o que fazer. Isso vai mudar o nosso trabalho”, afirma.






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