Governo enfrentará batalha do mínimo no Senado

Após conseguir aprovar com folga a medida provisória (MP) que institui o novo valor do salário mínimo na Câmara de Deputados, o governo deverá enfrentar uma verdadeira batalha para obter o mesmo êxito no Senado. O vice-presidente da Casa, Paulo Paim (PT-RS), acredita que pelo menos 53 dos 81 senadores votarão contra a MP.

Ontem, depois de cerca de oito horas de discussões, a Câmara aprovou a MP que fixou em R$ 260,00 o valor do mínimo a partir de 1° de maio por 266 votos a favor. Houve seis abstenções e 167 votos contrários ao reajuste. Ontem mesmo o governo federal amargou a oposição ao novo mínimo de cinco deputados ligados ao PT - Chico Alencar (RJ), Ivan Valente (SP), João Alfredo (CE), Walter Pinheiro (BA) e Doutora Clair (PR).

No entanto, eles não correm risco de serem expulsos do partido, segundo o presidente do PT, José Genoino. Apesar disso, o deputado Paulo Bernardo (PTPR) disse que os dissidentes "caminham para o isolamento". Conforme o parlamentar informou ao jornal O Estado de S.Paulo, eles ficarão fora de comissões técnicas, relatorias e articulações políticas.

Os petistas que se abstiveram são Doutor Rosinha (PR), Luciano Zica (SP), Luiz Alberto (BA), Mauro Passos (SC) e Nazareno Fonteles (PI). Quatro deputados do PT não compareceram à votação: Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (SP), Orlando Fantazzini (SP), Fernando Ferro (PE) e Orlando Desconsi (RS).

A votação, realizada por volta das 20h, foi antecedida de muitos discursos, algum tumulto e negociações entre governistas e oposição. Genoíno comemorou a vitória na Câmara. "Compreendemos que o salário mínimo não é o ideal, mas foi o limite das nossas possibilidades", disse à Globonews.