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Bush tenta melhorar sua imagem em viagem à Europa
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, vai aproveitar sua passagem pela Europa, em razão dos 60 anos do Dia D, para tentar melhorar sua imagem no mundo. No entanto, essa iniciativa também representa um risco político, caso não consiga atrair mais apoio para a estabilidade do Iraque.
Bush embarca hoje para Itália e França, onde jantará com líderes estrangeiros, se reunirá com o papa João Paulo II - um dos mais duros críticos da guerra ao Iraque - e fará um discurso na costa da Normandia, onde os aliados desembarcaram em 6 de junho de 1944 para derrotar os nazistas que então dominavam a Europa.
A popularidade de Bush está no ponto mais baixo de seu mandato, na casa dos 40%, e analistas dizem que essa é uma chance de ele tentar reagir às críticas de seu adversário democrata nas eleições de novembro, John Kerry, que o acusa de "estilhaçar" a credibilidade norte-americana no exterior.
"Não há dúvida de que isso lhe dará uma sacudida nas pesquisas", disse Charles Kupchan, diretor de Estudos Europeus no Conselho de Relações Exteriores. "Haverá muitas poses para fotos e muitas declarações de solidariedade".
Mas Kupchan e outros analistas dizem que essa eventual recuperação de Bush nas pesquisas pode se mostrar fugaz se, depois da viagem, ele conseguir poucos avanços no Iraque e o número de baixas norte-americanas por lá continuar aumentando.
"Esse presidente está (acuado) nas cordas", disse John Zogby, especialista em pesquisas de opinião. "A viagem é uma jogada arriscada, porque não acho que ele voltará para casa com muita coisa (realizações de política externa)", afirmou. Zogby também vê o risco de as rusgas entre o governo Bush e vários líderes europeus virem à tona novamente, apesar da pompa da cerimônia na Normandia, de forma a reforçar as críticas de Kerry.
Outro fator que pode ser prejudicial à imagem presidencial é as manifestações previstas em Roma e Paris. Em uma série de discursos recentes, Bush vem comparando sua "guerra ao terrorismo" à campanha aliada contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial.
Essa retórica pode não cair bem junto a alguns líderes europeus, especialmente o francês Jacques Chirac, que se opôs à guerra no Iraque e defende que os EUA fixem um prazo para sua permanência militar no país. Chirac e o primeiro-ministro Gerhard Schroeder, o primeiro governante alemão a participar das celebrações do Dia D, não parecem dispostos a permitir que Bush volte da Europa com uma vitória no campo das relações-públicas. Por outro lado, não parecem interessados em provocar atritos diplomáticos.
Haverá, portanto, "sorrisos e apertos de mão falsos", mas poucos sinais ostensivos de discordâncias, segundo Joshua Muravchik, pesquisador da entidade conservadora Instituto Americano do Empreendedorismo. Embora Kupchan ache que Kerry se saiu bem ao criticar Bush por se distanciar de aliados tradicionais, como França e Alemanha, Muravchik acredita que o eleitorado não se importa com isso.
"O presidente foi criticado por ter perturbado as relações com os europeus. Muitos eleitores acham que isso é culpa dos europeus. Relações amistosas com a França não são necessariamente algo que o eleitorado queira", disse ele. Quanto à essência dos encontros, um dos principais objetivos de Bush será garantir apoio da Europa à nova resolução da ONU que regulamenta a transferência de poder ao governo interino iraquiano, em 30 de junho.
A melhor recepção a ele deve partir do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, um dos maiores aliados dos EUA no Iraque, apesar da oposição da opinião pública local. Da Europa, Bush volta para a ilha Sea, na Geórgia (Costa Leste dos EUA), onde acontece a reunião de cúpula do G8. As autoridades norte-americanas já estão negociando a participação do novo governo iraquiano, provavelmente do presidente interino Ghazi Yawar, na cúpula.
Bush embarca hoje para Itália e França, onde jantará com líderes estrangeiros, se reunirá com o papa João Paulo II - um dos mais duros críticos da guerra ao Iraque - e fará um discurso na costa da Normandia, onde os aliados desembarcaram em 6 de junho de 1944 para derrotar os nazistas que então dominavam a Europa.
A popularidade de Bush está no ponto mais baixo de seu mandato, na casa dos 40%, e analistas dizem que essa é uma chance de ele tentar reagir às críticas de seu adversário democrata nas eleições de novembro, John Kerry, que o acusa de "estilhaçar" a credibilidade norte-americana no exterior.
"Não há dúvida de que isso lhe dará uma sacudida nas pesquisas", disse Charles Kupchan, diretor de Estudos Europeus no Conselho de Relações Exteriores. "Haverá muitas poses para fotos e muitas declarações de solidariedade".
Mas Kupchan e outros analistas dizem que essa eventual recuperação de Bush nas pesquisas pode se mostrar fugaz se, depois da viagem, ele conseguir poucos avanços no Iraque e o número de baixas norte-americanas por lá continuar aumentando.
"Esse presidente está (acuado) nas cordas", disse John Zogby, especialista em pesquisas de opinião. "A viagem é uma jogada arriscada, porque não acho que ele voltará para casa com muita coisa (realizações de política externa)", afirmou. Zogby também vê o risco de as rusgas entre o governo Bush e vários líderes europeus virem à tona novamente, apesar da pompa da cerimônia na Normandia, de forma a reforçar as críticas de Kerry.
Outro fator que pode ser prejudicial à imagem presidencial é as manifestações previstas em Roma e Paris. Em uma série de discursos recentes, Bush vem comparando sua "guerra ao terrorismo" à campanha aliada contra o nazismo na Segunda Guerra Mundial.
Essa retórica pode não cair bem junto a alguns líderes europeus, especialmente o francês Jacques Chirac, que se opôs à guerra no Iraque e defende que os EUA fixem um prazo para sua permanência militar no país. Chirac e o primeiro-ministro Gerhard Schroeder, o primeiro governante alemão a participar das celebrações do Dia D, não parecem dispostos a permitir que Bush volte da Europa com uma vitória no campo das relações-públicas. Por outro lado, não parecem interessados em provocar atritos diplomáticos.
Haverá, portanto, "sorrisos e apertos de mão falsos", mas poucos sinais ostensivos de discordâncias, segundo Joshua Muravchik, pesquisador da entidade conservadora Instituto Americano do Empreendedorismo. Embora Kupchan ache que Kerry se saiu bem ao criticar Bush por se distanciar de aliados tradicionais, como França e Alemanha, Muravchik acredita que o eleitorado não se importa com isso.
"O presidente foi criticado por ter perturbado as relações com os europeus. Muitos eleitores acham que isso é culpa dos europeus. Relações amistosas com a França não são necessariamente algo que o eleitorado queira", disse ele. Quanto à essência dos encontros, um dos principais objetivos de Bush será garantir apoio da Europa à nova resolução da ONU que regulamenta a transferência de poder ao governo interino iraquiano, em 30 de junho.
A melhor recepção a ele deve partir do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, um dos maiores aliados dos EUA no Iraque, apesar da oposição da opinião pública local. Da Europa, Bush volta para a ilha Sea, na Geórgia (Costa Leste dos EUA), onde acontece a reunião de cúpula do G8. As autoridades norte-americanas já estão negociando a participação do novo governo iraquiano, provavelmente do presidente interino Ghazi Yawar, na cúpula.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/381856/visualizar/
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