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Terça - 23 de Outubro de 2012 às 11:11
Por: Glaucia Colognesi

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   A Prefeitura de Várzea Grande começou a funcionar com novo horário, a partir desta segunda (22). O expediente que era das 8h às 12h e das 14h às 18h agora foi reduzido pela metade das 12h30 às 18h30. O prefeito Tião da Zaeli (PSD) conta que o objetivo é cortar gastos para poder entregar o comando da cidade, ao prefeito eleito Walace Guimarães (PMDB), sem deixar dívida alguma da sua gestão. Além de reduzir a carga horária de trabalho e atendimento da prefeitura, Tião diz que vai abrir mão do próprio salário a fim de economizar ainda mais. Ele garante que não é uma medida eleitoreira e conta que nunca usufruiu da remuneração. “Sempre doei”, pontua.

 

   O prefeito também anunciou, hoje, que um dos últimos atos de sua gestão será dar posse a todos os aprovados no último concurso público realizado. Com isso, a exoneração de centenas de contratados e daqueles que ocupam cargos de confiança (DAS) será inevitável. “Não gostaria de deixar ninguém desempregado, mas tenho que cumprir a lei. Não quero entregar a prefeitura antes de cumprir essa missão”. Tião é o segundo prefeito de uma cidade-pólo do Estado a anunciar cortes de gastos no fim do mandato. O primeiro foi o prefeito Ananias Filho (PR) de Rondonópolis, que divulgou a exoneração de 1.500 servidores.

   O gestor de Várzea Grande lembra que a dívida do município, deixada por gestões passadas, gira em torno de R$300 milhões, incluindo as do Departamento de Água e Esgoto (DAE) com energia, de toda a prefeitura com a Previdência e do Pronto Socorro. Deste total, R$100 milhões são somente com a Rede Cemat. Por conta desse ônus, a instituição não consegue tirar o Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), exigência legal para poder firmar convênios com os Governos Federal e Estadual, e ter acesso a financiamentos.

-- Tião é 2º prefeito a anunciar cortes

Tião é 2º prefeito a anunciar cortes

 

   Tião ainda recorda que a situação chegou a esse ponto porque não existia a Lei de Responsabilidade Fiscal e os ex-prefeitos renegociaram a dívida por diversas vezes, além disso só pagaram a 1ª parcela para obter a certidão negativa e buscar recursos. Com a sua experiência administrativa nas redes privada e pública, Tião avalia que essa é uma dívida impagável, se considerar que seria necessário um empenho mensal de R$ 5 milhões para quitá-la, tendo em vista que o município só arrecada pouco mais de R$300 milhões por ano. “A cidade teria que ter uma receita de R$500 milhões para arcar com essa despesa”, pondera.

   Tamanha é a dificuldade que Tião vê para gerir Várzea Grande que ele chegou a desafiar o próximo prefeito, Walace Guimarães (PMDB), a conseguir tirar a CRP. Ele brinca que foi convencido de que o alinhamento funciona e que agora espera ver na prática a concretização do discurso apresentado por Walace durante a campanha. Além disso, lembra que até agora o governador, Silval Barbosa (PMDB), não conseguiu ou não quis regularizar o repasse da saúde na cidade.

   Brincadeiras à parte, Tião garante que quer fazer uma transição sem ranço das eleições e que deseja toda a sorte do mundo ao prefeito eleito. “Porque quem ganha com isso não é Walace, mas o município e a população”, observa. Ele até se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sobre a máquina pública, mesmo depois de entregar a gestão. Tião observa que apesar de não ter a certidão negativa, o município conta com outras alternativas para buscar investimentos. Segundo ele, para a Saúde, Educação, Assistência Social e o PAC não é necessária a certidão. Já as obras que precisam podem ser conquistadas via Governo do Estado. Tião garante que Várzea Grande é a cidade que mais tem projetos prontos e destaca que se Walace der continuidade no que já foi iniciado, será o melhor prefeito que o município já teve.





Fonte: RDNEWS

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