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Pecuaristas querem revisão da rastreabilidade
Os pecuaristas que aderiram ao Sistema Brasileiro de Identificação Bovina e Bubalina (Sisbov), ou a rastreabilidade exigida pelo governo para exportar carne para a União Européia, têm por obrigação, desde segunda-feira, rastrear o animal por no mínimo 90 dias antes do abate, conforme determina o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Até esta data, o período mínimo era de 40 dias.
Os criadores vêm enfrentando, porém, dificuldades para identificar e rastrear os animais, principalmente por falta e demora na entrega de brincos identificadores pela indústria. Diante desse entrave, o Mapa permitiu, por mais 60 dias (contados a partir de 26 de maio), que pecuaristas mantivessem a rastreabilidade por 40 dias se, até o dia 26 o criador houvesse obtido pelo menos a numeração dos animais para a confecção dos brincos de identificação. Para os demais criadores, a partir de segunda-feira passaram a valer os 90 dias.
Também na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu-se com representantes de entidades das principais regiões produtoras de gado de corte e elaborou um documento - pedindo aumento de prazos e revisão do sistema -, entregue ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Maçao Tadano, e à coordenadora do Sisbov, Denise Euclydes Mariano da Costa. "Muito pecuarista deixou para rastrear na última hora e a indústria não estava preparada para atender a tantos pedidos. Em abril, acumulou-se uma demanda de 4 milhões de pedidos", diz o supervisor-comercial da Planejar Certificadora, Omar Torriani.
Novas normas
Mas o maior entrave apurado na reunião é a incompatibilidade das normas com a realidade do campo. Ainda mais depois da publicação da Instrução Normativa (IN) n.º 21, de 2 de abril, exigindo dupla identificação do animal. Pela nova norma, que começa a vigorar em 1.º de julho, além do brinco identificador com 15 números, colocado na orelha direita, os animais devem ter uma segunda identificação (button, tatuagem ou dispositivo eletrônico na orelha esquerda, ou marca a ferro na coxa traseira). "A maioria dos pecuaristas optou pelo button, produzido pela mesma indústria dos brincos, o que acarretou uma espera de até 50 dias para a entrega", explica Torriani.
Segundo o assessor técnico da CNA, Paulo Sérgio Mustefaga, além da demora do cadastramento, por causa do atraso na entrega dos brincos, "queremos entender o motivo da obrigatoriedade do rastreamento para animais que não são exportados".
"A aplicação da nova portaria, de dupla identificação, no campo é inviável", acredita o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de MT, Ademar Silva Júnior. Ele diz que o rebanho brasileiro já tem uma identificação, à parte do Sisbov, que poderia ser aproveitada. "A rastreabilidade precisa existir. Mas o Mapa está exagerando."
O diretor da Famasul diz que Mato Grosso do Sul, por exemplo, exporta 10% da carne bovina que produz e apenas 4% vão para a UE. "Em contrapartida, o ministério exige que o sistema de rastreabilidade seja adotado em todo o campo. É impraticável." Os produtores reclamam ainda que a carne não-rastreada, mesmo para o mercado interno, está sendo menos cotada. "Estão pagando R$ 4 a menos por arroba quando o animal não é rastreado", reclama Silva Júnior.
O pecuarista Laucídio Coelho Neto, de Maracaju (MS), adotou o controle de identificação de seu rebanho, hoje com 8 mil cabeças, há dez anos. "Esse sistema de identificação por propriedade foi criado para erradicar a febre aftosa e está sendo abandonado", diz.
"Quando tive de fazer o Sisbov não dei conta. Estou identificando aos poucos. O último lote que fiz, de 4 mil brincos, demorou 55 dias para chegar", diz. E, segundo ele, não é só o gasto, de cerca de R$ 3,50 por cabeça, que dificulta o trabalho no campo. "É o transtorno de todo esse manejo. Sem contar que os peões não conseguem ler direito, é muito número. O Sisbov precisa ser reestudado." Os participantes da reunião elaboraram um documento e entregaram ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Maçao Tadano. "Pedimos que o Mapa prorrogue os prazos das INs 21 e 88 até que o sistema seja reavaliado. Ele deve ser compatível com o sistema de criação brasileiro", conclui.
Os criadores vêm enfrentando, porém, dificuldades para identificar e rastrear os animais, principalmente por falta e demora na entrega de brincos identificadores pela indústria. Diante desse entrave, o Mapa permitiu, por mais 60 dias (contados a partir de 26 de maio), que pecuaristas mantivessem a rastreabilidade por 40 dias se, até o dia 26 o criador houvesse obtido pelo menos a numeração dos animais para a confecção dos brincos de identificação. Para os demais criadores, a partir de segunda-feira passaram a valer os 90 dias.
Também na semana passada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu-se com representantes de entidades das principais regiões produtoras de gado de corte e elaborou um documento - pedindo aumento de prazos e revisão do sistema -, entregue ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Maçao Tadano, e à coordenadora do Sisbov, Denise Euclydes Mariano da Costa. "Muito pecuarista deixou para rastrear na última hora e a indústria não estava preparada para atender a tantos pedidos. Em abril, acumulou-se uma demanda de 4 milhões de pedidos", diz o supervisor-comercial da Planejar Certificadora, Omar Torriani.
Novas normas
Mas o maior entrave apurado na reunião é a incompatibilidade das normas com a realidade do campo. Ainda mais depois da publicação da Instrução Normativa (IN) n.º 21, de 2 de abril, exigindo dupla identificação do animal. Pela nova norma, que começa a vigorar em 1.º de julho, além do brinco identificador com 15 números, colocado na orelha direita, os animais devem ter uma segunda identificação (button, tatuagem ou dispositivo eletrônico na orelha esquerda, ou marca a ferro na coxa traseira). "A maioria dos pecuaristas optou pelo button, produzido pela mesma indústria dos brincos, o que acarretou uma espera de até 50 dias para a entrega", explica Torriani.
Segundo o assessor técnico da CNA, Paulo Sérgio Mustefaga, além da demora do cadastramento, por causa do atraso na entrega dos brincos, "queremos entender o motivo da obrigatoriedade do rastreamento para animais que não são exportados".
"A aplicação da nova portaria, de dupla identificação, no campo é inviável", acredita o diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de MT, Ademar Silva Júnior. Ele diz que o rebanho brasileiro já tem uma identificação, à parte do Sisbov, que poderia ser aproveitada. "A rastreabilidade precisa existir. Mas o Mapa está exagerando."
O diretor da Famasul diz que Mato Grosso do Sul, por exemplo, exporta 10% da carne bovina que produz e apenas 4% vão para a UE. "Em contrapartida, o ministério exige que o sistema de rastreabilidade seja adotado em todo o campo. É impraticável." Os produtores reclamam ainda que a carne não-rastreada, mesmo para o mercado interno, está sendo menos cotada. "Estão pagando R$ 4 a menos por arroba quando o animal não é rastreado", reclama Silva Júnior.
O pecuarista Laucídio Coelho Neto, de Maracaju (MS), adotou o controle de identificação de seu rebanho, hoje com 8 mil cabeças, há dez anos. "Esse sistema de identificação por propriedade foi criado para erradicar a febre aftosa e está sendo abandonado", diz.
"Quando tive de fazer o Sisbov não dei conta. Estou identificando aos poucos. O último lote que fiz, de 4 mil brincos, demorou 55 dias para chegar", diz. E, segundo ele, não é só o gasto, de cerca de R$ 3,50 por cabeça, que dificulta o trabalho no campo. "É o transtorno de todo esse manejo. Sem contar que os peões não conseguem ler direito, é muito número. O Sisbov precisa ser reestudado." Os participantes da reunião elaboraram um documento e entregaram ao secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Maçao Tadano. "Pedimos que o Mapa prorrogue os prazos das INs 21 e 88 até que o sistema seja reavaliado. Ele deve ser compatível com o sistema de criação brasileiro", conclui.
Fonte:
Das Agência do Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/381903/visualizar/
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