Os gêmeos Cristopher Henrique e Nicolas Samuel, que eram unidos pelo ventre, deixaram, nesta segunda-feira (22), a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Instituto da Criança, dos Hospital das Clínicas de São Paulo. Para serem separados, eles foram submetidos a uma cirurgia de alto risco, que durou cerca de 11 horas, no dia 15 deste mês.
A mãe das crianças, Lorraine Silva Monteiro, de 16 anos, afirma que eles estão se recuperando bem. “Eles já estão brincando, sorrindo”, disse ao G1, por telefone.
Segundo a mãe, as crianças, que nasceram em Primavera do Leste, no Mato Grosso, só dormiam de mãos dadas antes da cirurgia e estranharam o fato de estarem distantes. “Cada um agora fica em um bercinho. No começo só ficavam tranquilos quando a gente passava a mão na barriguinha”, contou. Os bebês, que têm 10 meses, permanecem internados e ainda não tem previsão de alta.
A família se sente mais aliviada. “Já um segundo passo na vida deles”, afirmou a mãe. A avó paterna, Railda Almeida Santos, de 48 anos, que está no Mato Grosso, também comemora a recuperação das crianças. “Quando eles escutam a minha voz no telefone, eles ficam me procurando.
Os siameses são perfeitos do abdômen para cima, mas eram unidos da cintura para baixo. Segundo a avó, cada um dos bebês ficou com uma perna. Um terceiro membro, que tinha uma deficiência, foi amputado pelos médicos. A grande preocupação da família era em relação aos órgãos que são divididos pelos dois, como o pênis. Inicialmente, os médicos pensavam que ele ficaria com Nicolas, mas, finalmente, ficou com Cristopher.
Os gêmeos foram internados no dia 14 para a cirurgia. Eles vieram para a capital paulista ainda em setembro para fazer uma série de exames para verificar o risco da separação.
Os pais descobriram a deficiência durante os três meses de gravidez quando foi identificado que os bebês estavam sendo formados juntos. Com isso, a família que morava no município de Juara, a 690 quilômetros da capital, decidiu se mudar para Primavera do Leste e ficar perto dos familiares. Durante o período de pré-operatório, os pais das crianças contaram com doações para custear as despesas com viagens, alimentação e hospedagem em São Paulo.
Antes da cirurgia, os siameses passaram por um procedimento para a retirada de uma hérnia no intestino em março deste ano no Hospital das Clínicas, em São Paulo, e também ficaram internados para o tratamento de uma infecção genital em julho deste ano.
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