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Cidades/Geral
Terça - 01 de Junho de 2004 às 13:51
Por: Ivana Quadros/Lorenzo Falcão

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O conflito que envolve o setor madeireiro e o Ibama continua. O presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso (Sindusmat), Sidnei Bellicanta, acredita que as dificuldades do setor tendem a resultar numa demissão de cerca de 8 mil trabalhadores, ou mais, caso a situação não seja contornada.

Deputados estaduais, cujas bases estão sediadas na região Norte, onde a atividade é bastante difundida, como Dilceu Dal’Bosco (PFL) Mauro Savi (PPS) e Pedro Satélite (PPS) avaliam o problema e têm opiniões praticamente convergentes sobre o assunto: a necessidade de se chegar a uma resolução que atenda a conservação dos recursos naturais, mas que não signifique a falência definitiva do industrial madeireiro.

Houve muitas manifestações dos trabalhadores extrativistas na tentativa sensibilizar o Ministério do Meio Ambiente, para que a ampliação da averbação de 50% para 80% das reservas legais fosse revogada, e também com a finalidade de alertar que a atividade está presente em 45 municípios do estado, gerando cerca de 30 mil trabalhos diretos.

O impasse persiste desde o ano passado, quando foi editada uma portaria (nº 449) pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, criando um Grupo de Trabalho para propor políticas públicas e ordenamento do setor florestal de Mato Grosso.

O Ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu - em audiência realizada em Brasília – inclusive, se comprometeu a rever a medida provisória que obriga a averbação em 80% dos projetos de manejo, mas até agora ainda nada foi alterado.

Embora a principal atividade econômica da grande maioria dos municípios da região Norte do estado seja a extração, o Ibama não libera mais Autorização de Transporte de Produtos Florestais (ATPF), impedindo que os madeireiros transportem a madeira, o que pode ocasionar, segundo os representantes da categoria, um colapso na economia da região município.

“È humanamente impossível exigir que se preserve 80% da mata, pois os madeireiros que aqui se estabeleceram também fazem parte dos brasileiros que foram convocados na década de 70 para integrar na Amazônia, numa época em que o slogan era ‘Entregar para não Entregar’, e agora, após terem investido uma vida de trabalho e toda sua renda econômica, se deparam com a obrigação de demitir seus funcionários. O melhor é encontrar uma solução que atenda tanto o Ibama como o setor madeireiro” disse o deputado Satélite.

O deputado Mauro Savi defendeu a causa dos madeireiros. Ele enfatizou que há dois anos que não se define a política de desmatamento e com isso o setor vem sendo prejudicado pela burocracia do órgão. O deputado disse ainda que, infelizmente, várias pessoas do setor madeireiro que cumprem com a lei são penalizadas em função daqueles que não as cumprem.

“A questão do desemprego vai afetar e muito a economia de várias cidades do estado, onde a base econômica esta diretamente vinculada ao extrativismo. Temos consciência do cumprimento das leis, porém, temos também que ter discernimento de que as leis impostas não podem ser mudadas a todo o momento e a bel prazer”, argumentou o parlamentar.

“È lamentável que em algumas situações as soluções não venham de encontro às reivindicações feitas. Como deputado da bancada do Norte, e principalmente da minha região, que é Sinop, estarei lutando pelas solicitações a fim de contribuir para a ordem e fortalecimento de todo estado Mato Grossense”, ponderou Dilceu.




Fonte: Assessoria/AL

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