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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 01 de Junho de 2004 às 08:57
Por: Eduardo Kattah

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Belo Horizonte - Uma criança gestada no útero da avó paterna nasceu domingo, no hospital Vila da Serra, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte. A experiência foi realizada por meio da técnica conhecida como “útero de substituição” e é uma das primeiras a serem relatadas no País na qual a mãe não é parente de 1º grau da mãe biológica. Em dezembro do ano passado um caso semelhante ocorreu na capital mineira, quando uma mulher serviu de útero de substituição para a ex-patroa.

Bianca, nome dado ao bebê, é fruto do embrião de seu pai, o engenheiro civil Fabiano Sales de Menezes, com o óvulo de sua mãe, a engenheira de telecomunicações Veridiana do Vale Menezes. Veridiana nasceu sem útero, mas ovulava normalmente, o que permitiu a fertilização em laboratório. Como a engenheira não poderia ficar grávida, a mãe de Fabiano, Elizabeth das Dores Sales, de 53 anos, se ofereceu para “emprestar” o útero.

Elizabeth enfrentou uma gestação arriscada para ajudar a nora a realizar o sonho de ser mãe. Apesar da idade, teve um parto tranqüilo e a previsão é que receba alta nesta terça-feira. “Foi um ato de puro amor, de puro altruísmo”, observou o ginecologista João Pedro Junqueira Caetano, responsável pela fertilização.

Assim que nasceu, Bianca foi levada para o colo da mãe biológica. “Ela tinha que sentir o cheiro, o contato de pele, tudo da mãe verdadeira”, explicou Elizabeth, que agora se considera uma “superavó”. Durante a gestação da sogra, Veridiana precisou fazer um trabalho especial para produzir leite e já amamenta a filha.

Para que a menina seja registrada, os pais biológicos terão de entrar na Justiça para solicitar o reconhecimento da maternidade de Bianca por Veridiana. De acordo com o pai, a legislação brasileira não prevê casos em que o útero é da mãe paterna, e não há parentesco em 1º grau com a mãe. Antes de se submeter à técnica, o casal passou por uma avaliação psicológica e precisou de uma autorização do Conselho Regional de Medicina (CRM).




Fonte: Estadão.com

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