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Saúde
Segunda - 31 de Maio de 2004 às 08:15

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Segundo relatório divulgado para marcar o Dia Mundial sem Tabaco, nesta segunda-feira, nos países em desenvolvimento se concentram 84% do fumantes do planeta.

Dentro destes países, de acordo com a entidade, as pessoas que têm mais chances de viver na pobreza também estão mais propensas a adotar o hábito de fumar, gastando dinheiro que poderia ser usado para a compra de alimentos ou em educação.

Um dos exemplos citados é o do Brasil, onde, segundo a OMS, pessoas que tiveram acesso reduzido à educação são cinco vezes mais propensas a fumar do que quem completou o segundo grau.

Renda

Já na China, quem não foi à escola está 6,9 vezes mais sujeita a fumar do que quem possui um diploma universitário.

A OMS calcula que as famílias pobres gastam entre 4% e 5% de sua renda no consumo de cigarro.

O número varia de país a país, e a organização diz que em Bangladesh, por exemplo, se dois terços do dinheiro gasto em cigarros fosse usado para comprar alimentos, seria evitado que 10 milhões de crianças sofressem de desnutrição.

Na Bulgária, estima-se que as famílias de baixa renda com pelo menos um fumante gastem em média um décimo de sua renda em cigarros, enquanto na região chinesa de Minhang os fumantes usam 17% do que ganham para pagar pelo vício.

A entidade conclama as pessoas e aos governos a se conscientizar que o fumo contribui para a pobreza através da perda de produtividade no trabalho e conseqüente redução da renda, bem como pelas mortes e doenças causadas pelo hábito.

A OMS afirma que mesmo as pessoas empregadas pela indústria do fumo correm sérios riscos, e mais uma vez o exemplo citado vem do Brasil.

A entidade cita estudos segundo os quais 48% dos integrantes de famílias de agricultores que trabalham na produção de tabaco sofrem problemas de saúde relacionados ao uso de pesticidas, além de estarem mais propensos à depressão e ao suicídio.

Taxação

Ela ressalta que o número elevado de mortes e enfermidades causadas pelo fumo aumentam as pressões sobre os sistemas de saúde e têm um significativo impacto na economia dos países.

“O mundo não pode aceitar perdas humanas e econômicas que são tão fáceis de evitar”, disse o diretor-geral da OMS, Lee Jong-wook.

Para reduzir o problema, a OMS defende a adoção de políticas como o aumento dos impostos sobre o fumo.

A organização também acusa a indústria do cigarro de maquiar os fatos e tentar se passar por empresas socialmente responsáveis, por exemplo financiando projetos de desenvolvimento comunitário no Brasil, apesar de estar em inerente contradição com os princípios de responsabilidade social.




Fonte: BBC Brasil

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