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Nacional
Quinta - 27 de Maio de 2004 às 14:48

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O delegado regional do Trabalho no Maranhão, Ubirajara do Pindaré, disse que o Estado é o maior exportador de mão-de-obra escrava. Segundo ele, as estatísticas mostram que o Pará é o Estado onde são encontrados mais trabalhadores em situação análoga à de escravo.

"No Maranhão, observamos tais irregularidades, mas infelizmente o Estado se destaca hoje por ser o maior exportador de mão-de-obra escrava. O importante é reprimir o gato (o atravessador responsável pela contratação) e também os empreendedores que usam mão-de-obra escrava", afirma.

Ubirajara do Pindaré diz que não é possível fazer uma estimativa do número de trabalhadores em situação de escravidão no Maranhão, mas informou que em 2003 foram resgatados 339 trabalhadores em 17 fazendas de nove municípios. A maior incidência de trabalho escravo concentra-se na região centro-sul, principalmente nos municípios de Açailândia e Balsas.

"A pecuária e as carvoarias daquelas regiões são responsáveis pelas práticas incentivadas, muitas vezes, pela própria população acomodada e necessitada. É preciso coragem para denunciar e acabar com esse desrespeito ao ser humano", alertou o delegado.

Ubirajara do Pindaré disse que as ações de combate a essa prática não podem parar. Ele conta que sofreu ameaça de morte e que a Polícia Federal investiga a origem do telefonema ameaçador que recebeu. Acrescenta que foi obrigado a modificar alguns de seus hábitos, por precaução, especialmente por causa do que ocorreu em Unaí, Minas Gerais, onde quatro funcionários do Ministério do Trabalho foram mortos durante um trabalho de fiscalização.

O delegado regional do Trabalho alega que uma das principais causas da alta incidência de trabalho escravo no Maranhão é a impunidade. Até hoje, segundo ele, não há nenhum caso de condenação pela prática, apesar de ser crime previsto no Código Penal Brasileiro, artigo 149, com pena estimada entre 2 e 8 anos de reclusão.

Na área de combate ao trabalho infantil, o delegado informa que foi possível resgatar, em 2003, 843 crianças, contra 793 em 2002.




Fonte: Agência Brasil

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