Milhares protestam contra plebiscito sobre gás na Bolívia

Uma enorme manifestação foi realizada nesta segunda-feira em La Paz, capital da Bolívia, para pedir a nacionalização do gás e dizer não ao plebiscito convocado para o dia 18 de julho sobre o futuro dos recursos energéticos bolivianos.

A passeata contou com grande participação de pessoas que vieram de El Alto, centro da rebelião popular de outubro passado, que derrubou o presidente Gonzalo Sánchez de Lozada.

O protesto exige que o governo retire a riqueza natural do país das mãos dos consórcios internacionais. A Bolívia possui grandes reservas comprovadas de gás natural.

Milhares de pessoas, entre elas camponeses vindo do departamento central de Cochabamba, tumultuaram por quase três horas o centro da cidade, divididos em grupos numerosos que paralisaram o tráfego.

O líder dos índios aymaras, Felipe Quispe, afirmou: "a partir de agora declaramos a guerra do gás", depois de voltar a rejeitar o referendo popular organizado pelo presidente Carlos Mesa.

O principal dirigente da Central Operária Boliviana (COB), o radical Jaime Solares, advertiu o chefe de Estado que "se Mesa não nacionalizar (o gás) é melhor que vá para casa".