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Internacional
Segunda - 24 de Maio de 2004 às 12:37
Por: Lourival Sant'ana

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Pequim - O presidente Hu Jintao pediu hoje ao Brasil que conceda à China o status de "economia de mercado", perante os organismos multilaterais. O pedido foi feito durante reunião privada de meia hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Povo, em Pequim. Lula confirmou seu apoio ao regime chinês no campo dos direitos humanos. Em contrapartida, pediu a Hu apoio à reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

Lula disse que estudará o pedido do colega chinês. De acordo com o chanceler Celso Amorim, a tendência do governo brasileiro é conceder esse status para "pelo menos" alguns setores da economia chinesa, como faz a União Européia. O status de economia de mercado dificulta a aplicação de medidas de salvaguarda e antidumping por outros países em casos de contendas comerciais.

Pelas normas da Organização Mundial do Comércio, da qual a China é membro desde dezembro de 2001, países com alto grau de intervenção do Estado na economia estão mais passíveis de serem considerados culpados em processos por práticas comerciais irregulares.

Sem apoio explícito

De sua parte, o governo chinês manteve a posição de não apoiar explicitamente a reivindicação do Brasil no Conselho de Segurança, ao contrário do que tem feito a maioria dos países visitados por Lula e pelo seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, incluindo a Rússia, que, como a China, é membro permanente, com direito a veto.

Comunicado de quatro páginas firmado ao término da reunião se limita a dizer que os dois presidentes "expressaram a necessidade de reforma das Nações Unidas, inclusive a do Conselho de Segurança, de forma a torná-lo mais representativo e democrático, promovendo as reformas necessárias e adequadas naquele órgão, que dêem maior papel aos países em desenvolvimento".

O porta-voz da chancelaria chinesa, Liu Jianchao, disse, depois da reunião, que "a China considera o Brasil o país em desenvolvimento maior e mais importante do Hemisfério Ocidental e apóia um maior papel do Brasil nos organismos internacionais, incluindo o Conselho de Segurança".

Fontes do Itamaraty acreditam que os chineses tenham receio de melindrar outros parceiros comerciais na América Latina, como o México e a Argentina, apoiando abertamente o assento permanente para o Brasil. O Japão e a Índia, dois tradicionais rivais da China na Ásia, também reivindicam um assento. Segundo Amorim, o Brasil ficou satisfeito com a formulação do tema no comunicado conjunto.




Fonte: Estadão.com

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