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Nacional
Quinta - 20 de Maio de 2004 às 22:14

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A senadora Serys Slhessarenko(PT-MT) votou contra o pedido de autorização do governo brasileiro para o envio de tropas ao Haiti em sessão tumultuada - que se estendeu até quase a meia-noite de quarta-feira, dia 19, quando o Senado aprovou o referido pedido com 38 votos a favor e 10 contra.

Serys justificou seu voto afirmando que “não se pode ignorar que este episódio faz parte da política norte americana de colonização militar e econômica do continente, através de intervenções militares, bases, assessores militares, exercícios conjuntos , Plano Colômbia, Iniciativa

Regional Andina, `Plano Puebla Panamá, Alca, Nafta, tratados bilaterais, Tratado Centro-americano de Livre Comércio e todos estes instrumentos de que os Estados Unidos costumam lançar mão para impor os seus interesses”.

Serys disse ainda ser inadmissível que se gaste cerca de 300 milhões de reais para uma intervenção semi-colonial em um país latino americano, quando nossas Forças Armadas estão na penúria, com equipamentos sucateados e salários aviltados. “A Amazônia corre sério risco - lembrou ela - e esse dinheiro devia ser utilizado no reforço de nossas defesas na região amazônica, além de que o apoio brasileiro a uma ação intervencionista norte-americana em um país do hemisfério abre sério precedente. Agindo desta forma, que moral teremos, no futuro, para resistir a uma ameaça americana de ocupação da Amazônia pelos EUA?”

Serys garantiu também que é preocupante a situação de risco a que se expõe nossos soldados em uma ação de ocupação, hostilizados pela população local e envolvidos em ações policiais de repressão a bandos fortemente armados espalhados por todo o país.

A senadora do PT hipotecou ainda sua solidariedade às mães e esposas dos soldados do Rio Grande do Sul, que formam o contingente a ser enviado ao Haiti, lembrando que o risco é ainda maior por se tratar de um contingente de soldados brancos em um país de negros, conscientes de sua condição racial e que há 200 anos lutam contra a dominação branca, primeiro da França e depois dos EUA.

Serys defendeu a formação de uma comissão de parlamentares da América Latina e do Caribe para investigar in loco , ou seja, no Haiti e na República Dominicana, quem treinou e armou as milícias haitianas e também as condições em que Aristide deixou a presidência e o país.

- Somente o povo haitiano tem o direito de decidir quem deve governá-lo – destacou a senadora - Confiamos plenamente que o povo do Haiti, com base nas suas velhas tradições de luta anti-colonial, desde seu nascimento como nação até a luta contra a sanguinária dinastia Duvalier, saberá forjar com liberdade e responsabilidade o seu futuro.




Fonte: Da Assessoria

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