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Agronegócios
Quinta - 20 de Maio de 2004 às 20:41
Por: Suzi Bonfim

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O alto investimento da área de defesa sanitária vegetal do Governo de Mato Grosso é responsável por mais uma proeza que envolve toda a cadeia produtiva da banana no Estado. A certificação dos dois únicos Locais de Produção Livre (LPL) da Sigatoka Negra, doença que atinge a banana, do Brasil e do mundo, segundo os técnicos do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural, pelo segundo ano consecutivo.

O reconhecimento feito pelo Departamento de Defesa e Inspeção Vegetal (DDIV), da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), publicado no Diário Oficial da União, do dia 27 de abril, é garantia de renda aos 27 produtores de banana das Glebas Macife, em Ribeirão Cascalheira (877 km de Cuiabá) e Iriri, em Guarantã do Norte (700 km de Cuiabá), Uma área total de 519 hectares (ha), com uma produção estimada de 263,4 toneladas de banana por ha/ano.

“A grande vantagem da cerificação para Mato Grosso e, principalmente, para os produtores é a possibilidade de comercialização de banana para qualquer Estado da federação”, constatou a diretora Técnica do Indea, Maria Auxiliadora Diniz. As duas glebas forma reconhecidas como LPLs, pela primeira vez, em 2002, a cerificação vigorou até o ano passado e só agora foi revalidada. Entre os meses de março e abril deste ano, a Gleba Macife e Iriri, comercializaram 137 mil quilos (kg) de banana maçã, principalmente, para Goiás e São Paulo.

Os técnicos da Coordenadoria de Defesa Sanitária (CDSV) do Indea estão trabalhando para o reconhecimento da área livre da doença, para permitir a outros produtores a comercialização da fruta sem restrições. “A cultura é muito importante socialmente no Estado. Gera emprego e renda para os agricultores familiares. Até que a área livre seja reconhecida podemos ter outros locais de produção livre nesta região, porém, isso depende muito do interesse dos produtores em atender as exigências do Mapa”, considerou o coordenador da CDSV, Carlos Roberto Ferraz.

Entre as exigências da fiscalização na LPL estão: o cadastramento das propriedades e dos produtores, localização da propriedade com GPS, identificação das cultivares e idade dos plantios da banana em produção e em formação, responsável técnico para emissão do Certificado Fitossanitário de Origem (CFO) e fiscais credenciados para Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), entrada de veículos na LPL desinfetados, utilização de embalagens novas, sem retorno e o transporte em caminhões lacrados coberto com tela fina.

FISCALIZAÇÂO RIGOROSA - Como o fungo da Sigatoka Negra se propaga pelo ar, e em Mato Grosso o trabalho de fiscalização do Indea é rigoroso. O Estado tem áreas infestadas pela praga na região da Grande Cáceres, no sudoeste do Estado, em parte do Médio Norte e na região Norte, nos municípios de Nova Monte Verde, Nova Bandeirantes e Paranaíta, na divisa com Rondônia, Amazonas e Pará.

Nessas regiões a comercialização de banana para outros Estados é proibida. Nos meses de março e abril deste ano, 103 veículos passaram pelos postos de fiscalização com um carregamento total de 257.149 kg de banana. Deste total, 93 kg provenientes de Rondônia sem o CFO foram destruídos, e nove caixas, sem documentação, voltaram ao destino.

Desde o início de maio, duas equipes da CDSV estão na fronteira de Mato Grosso na região Norte delimitando novas áreas infestadas pela Sigatoka Negra. Normalmente, o monitoramento da doença é feito de forma sistemática, em três níveis delimitados pelo Indea. Na área livre, os técnicos realizam o monitoramento a cada três meses, em 2% das propriedades; na área tampão, em 5% das propriedades, de dois em dois meses e nas áreas indene, onde a doença não existe, em 1% das propriedades a cada seis meses.

Há cinco anos, desde 1999, o Programa de Prevenção e Controle da Sigatoka Negra da CDSV do Indea, têm conseguido manter a estabilidade da doença no Estado.

QUEDA NA PRODUÇÃO – O controle intenso do trânsito do produto e a delimitação da área infestada provocaram queda na produção de banana em Mato Grosso. “O alastramento da doença foi estancado porque o trânsito foi coibido e os produtores viram que não valia a pena tentar passar pelo cerco da fiscalização”, constatou a responsável pelo programa de prevenção, Márcia Martins.

Em 99, a área plantada era de cerca de 30 mil hectares de banana. Em 2004, de acordo com o IBGE, a área é de 10,479 mil ha com uma produção de 64.688 toneladas.

No LPL, a Gleba Macife em Ribeirão Cascalheira (877 km de Cuiabá) tem 12 produtores de banana que produzem a variedade maçã em uma área de 155,5 hectares (ha). A estimativa de produção anual é de 151 mil kg de banana. Na Gleba Vale Iriri, em Guarantã do Norte (700 km de Cuiabá), são 15 produtores, a maioria arrendatários em 364 hectares cuja estimativa de produção anual é de 112,400 mil kg de banana maçã.

Confira os maiores produtores de banana segundo dados do IBGE em Abril de 2004:

1- Confresa= 12.000 toneladas 3000 hectares 4000 (kg/há) rendimento médio

2- Nossa Senhora do Livramento= 4.900 toneladas 980 hectares 5000 kg/ha rendimento médio

3- Tangará da Serra= 3955 toneladas 600 hectares 6593 kg/ha rendimento médio

4- Barra do Bugres= 3618 toneladas 420 hectares 8614 kg/ha rendimento médio

5- Guarantã do Norte= 2.160 toneladas 200 hectares 10.800 KG/ha rendimento médio




Fonte: Secom - MT

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