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Esportes
Quinta - 20 de Maio de 2004 às 10:44
Por: Almir Leite

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Paris - Jogo do século, duelo de estrelas, o confronto (ou tira-teima) dos dois últimos campeões mundiais, jogo da vingança, a grande revanche. Definições não faltam para ilustrar a importância da partida desta quinta-feira entre França e Brasil, nas comemorações dos 100 anos da Fifa, a entidade que comanda o futebol mundial. As duas seleções, aliás, são as primeiras colocadas no ranking da entidade, Brasil à frente, e uma vitória francesa deve inverter as posições. Mas o encontro das 16 horas de Brasília (com transmissão pela TV Globo) no mesmo Stade de France em que em 12 de julho de 1998 os brasileiros sucumbiram diante dos franceses com a derrota por 3 a 0 numa final que a precedê-la teve uma até hoje misteriosa convulsão de Ronaldo, tem outras motivações.

O Brasil, por exemplo, antes de pensar em vingança pelo que aconteceu há quase seis anos, pretende aproveitar o jogo para preparar a equipe para o jogo do dia 2 de junho contra a Argentina, pelas Eliminatórias, que no momento é o que realmente interessa (e a partida contra o Chile, dia 6, também).

A França vai utilizar o amistoso como preparação para a Eurocopa, no próximo mês, em Portugal – estréia contra a Inglaterra. E a centenária Fifa só pensa na festa. Tanto que convidou milhares de pessoas no mundo inteiro, que certamente ajudarão a preencher os 85 mil lugares do estádio – desde o início da semana não há mais ingressos disponíveis, mas a entidade não divulgou oficialmente quantos foram vendidos e quantos foram entregues a convidados.

Em campo estarão estrelas de primeira categoria do futebol mundial como os brasileiros Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que formam o trio de ouro, entre outros. Mas a França também tem seus craques, como Zidane e Thierry Henry.

“Não é querer forçar a barra chamar este jogo de ‘jogo do século’. Ele marca os 100 anos da Fifa, reúne os dois últimos campeões mundiais, então tem importância. O mundo inteiro vai tomar conhecimento”, disse o técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira sobre a partida que será transmitida para mais de 130 países, segundo a Fifa.

“Mas o importante é que a seleção faça um bom jogo e temos de pensar na vitória.” Parreira, porém, teve problemas para escalar a equipe. Os zagueiros Roque Júnior, com dores na panturrilha, e Juan, com estiramento muscular na coxa esquerda, foram vetados.

Os dois vão passar por reavalição nos próximos dias, embora nesta quarta-feira pela manhã o médico da seleção, José Luís Runco, tivesse dito que Juan seria liberado do jogo desta quinta e do contra a seleção da Catalunha, dia 25.

Assim, a zaga terá Luisão e Cris, o último a ser convocado e que vem jogando futebol protegido por um efeito suspensivo da suspensão de 9 meses que lhe foi imposta por ter brigado com o goleiro Eduardo no clássico entre Cruzeiro e Atlético que decidiu o Campeonato Mineiro.

Luisão, do Benfica, mas pretendido pelo Real Madrid, espera ajudar a zaga brasileira a anular Henry e Trezeguet, para se firmar na seleção. “Esse é o meu objetivo. E jogar uma partida dessas é uma oportunidade que não se pode desperdiçar.” No meio-campo, Zé Roberto, também com dores musculares, só terá sua escalação definida nesta quinta. Se não puder jogar, entra Edu, o volante do Arsenal inglês.

No ataque, Ronaldo, após ficar fora da goleada por 4 a 1 sobre a Hungria, volta à seleção e recompõe o trio de ouro com Kaká e Ronaldinho Gaúcho. “Esse trio tem dado o que falar, mas é só o início. A gente tem de mostrar o que é capaz de fazer”, afirmou o Fenômeno, que tem um plano para esta tarde: “Pretendo dar uma ‘caneta’ no Zidane (seu companheiro de Real Madrid. E sei que, se ele tiver chance, vai querer dar uma em mim.” Mas Parreira prefere que não aconteçam brincadeiras contra uma seleção francesa, que, considera, é ainda melhor que a de 1998.

“Está mais experiente e tem ataque, que era o que faltava para eles. Agora estão com um poder ofensivo bem melhor.” Em 1998, a França tinha o inoperante Guivarch como atacante. Hoje conta com Henry e o bem mais experiente Trezeguet.

O técnico também tem reiterado que não quer saber de vingança pela derrota no Mundial de seis anos atrás, algo com que Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká concordaram com ele. Para ele o importante é que a seleção continue se preocupando em “treinar jogando”, maneira possível no momento de melhorar o entrosamento da equipe.

Após a partida desta quinta, vários jogadores serão dispensados até segunda-feira: Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Júlio Baptista e Belletti, que atuam no futebol espanhol; Zé Roberto e talvez o contundido Juan, que estão na Alemanha; além de Juninho Pernambucano e Edmílson, que disputam o Campeonato Francês.

Os outros seguem sexta-feira com a seleção para Barcelona, onde na terça-feira o Brasil joga amistoso com a seleção da Catalunha.




Fonte: Estadão.com

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