A Polícia Federal identificou cinco eleitores que não conseguiram votar em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, no dia 7 de outubro. Quando elas apresentaram os documentos para os mesários acabaram descobrindo que outras pessoas já tinham votado no lugar delas. Estes eleitores já prestaram depoimento à PF.
À TV Centro América, um deles, identificado como Hélder Brito confirmou a situação. “No momento da votação, onde eu fui votar, não pude votar, devido já terem votado pra mim. Uma pessoa com identificação falsa votou em meu nome”, afirmou.
A Polícia Federal apreendeu nesta quinta-feira (18) o segundo lote de documentos com indícios de falsificação na mesma região do bairro Capela do Piçarrão, em Várzea Grande. No lote que foi encontrado com moradores, os policiais contaram 98 carteiras de identidade.
Segundo a PF, há fortes indícios de falsificação. Os documentos foram emitidos no dia 15 de julho de 2007, sem foto, com apenas uma certidão de nascimento. Ou seja, todos os eleitores têm o mesmo pai e a mesma mãe. “Eles foram falsificados, seriam utilizados, mas não foram. E porque razão eles foram encontrados na Capela do Piçarrão? Certamente as pessoas responsáveis pela falsificação queriam descartar esses documentos falsos. Eles queriam apagar as evidências do crime”, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Cristiano Nascimento.
Já os comprovantes do crime de votação que também foram abandonados perto do córrego são bem parecidos com os da Justiça Eleitoral. “A impressão deles é muito semelhante à impressão da Justiça Eleitoral”, ressaltou o delegado.
Agora, a PF quer saber se os falsários conseguiram enganar a Justiça Eleitoral. “É grave, muito grave. Acredito que é mais uma indicação que o sistema biométrico tem que ser implementado no Brasil inteiro para tentar garantir com mais confiabilidade o direito ao voto”, finalizou o delegado.
O caso está sendo apurado a pedido do Tribunal Regional de Mato Grosso (TRE-MT). De acordo com a assessoria de imprensa do tribunal, além dos documentos encontrados nesta quinta-feira, há uma semana algumas crianças encontraram comprovantes de votação, títulos de eleitor e identidades no local e contaram para uma professora. A professora então entrou em contato com a diretora que, por sua vez, informou o cartório eleitoral do município sobre o ocorrido.
Em seguida, um oficial da Justiça foi até o local e recolheu os documentos, fez uma certidão e encaminhou para o juiz eleitoral. O juiz determinou que os materiais fossem encaminhados para o Ministério Público Eleitoral e à PF.
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