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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quarta - 19 de Maio de 2004 às 16:56

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Os gastos permanentes consomem mais de 90% do orçamento das famílias, sobrando poucos recursos para investimentos. Pesquisa divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, há 30 anos, a parcela dos gastos permanentes - com alimentação, habitação, saúde, impostos, obrigações trabalhistas - correspondiam a 79,86% do orçamento das famílias brasileiras. Em 2003, esse percentual subiu para 93,26%. Com isso, os investimentos (em imóveis e outros) na última pesquisa ficaram em 4,76%. Eles já foram mais do triplo (16,50%) em 1974/75.

Os gastos com habitação, alimentação e transportes continuam como os três grandes grupos da despesa de consumo, que tiveram sua participação aumentada, em 30 anos, de 74,59% para 82,41% do total das despesas.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 revela ainda que a maioria das famílias brasileiras sente dificuldade em conseguir chegar ao fim do mês com a renda que recebe. Cerca de 85% das famílias relataram algum grau de dificuldade em conciliar renda e despesas mensais, enquanto 15% disseram ter facilidade em conseguir encerrar o mês com sua renda.

Em quase todas as classes de rendimento, o valor médio das despesas é maior que o valor do rendimento. Apenas as classes acima de R$ 3.000 gastam, em média, menos do que recebem. Os dados, recolhidos entre julho de 2002 e junho de 2003, foram divulgados na quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As famílias com rendimento mensal inferior a R$ 400 foram as que mais informaram ter muita dificuldade em chegar ao fim do mês, com 51,5% do total. Entre as famílias com renda acima de R$ 6.000, esse percentual cai para 7%. Segundo o IBGE, 16,38% das famílias brasileiras, ou quase 8 milhões de famílias, ganham até R$ 400 por mês.

DESPESA MENSAL

A despesa média mensal da família brasileira totaliza R$ 1.778,03 reais, dos quais 61,55% se destinam a gastos com alimentação, habitação e transporte.

A região Sudeste registrou o maior valor de despesa, de R$ 2.163,09, enquanto o menor volume foi apurado na região Nordeste, de R$ 1.134,44.

Entre as unidades da federação, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo registraram os maiores valores de despesa mensal, e Piauí, Paraíba e Maranhão tiveram os valores mais baixos.

Nas áreas urbanas, a despesa média mensal é 9% superior ao dado médio nacional, enquanto nas rurais ela é 51% inferior.

HABITAÇÃO PESA

As despesas totais são formadas por três grandes grupos: gastos correntes - que incluem dispêndios com itens de consumo, como alimentação, vestuário e habitação, e também gastos com o pagamento de impostos, taxas e serviços bancários--; aumento do ativo --que engloba aquisição e reforma de imóvel-- e diminuição do passivo --pagamentos de empréstimos, carnês e prestações de imóvel.

Habitação responde pelo maior gasto com consumo do brasileiro, contribuindo para 35,5% do total dessa despesa. Alimentação é responsável por 20,75% do total dos gastos com consumo e Transportes, por 18,44%.

A contribuição de habitação para a despesa mensal é maior na Região Sudeste, com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo. Alimentação tem maior peso na despesa nas regiões Norte e Nordeste e menor na Centro-Oeste. O gasto com Transporte é maior no Sul e no Centro-Oeste.

A despesa com alimentação nas classes sociais com rendimento mais alto é mais do que o dobro da média nacional e mais que o quádruplo do valores gastos pelas classes mais baixas.

Entre os demais itens de despesas de consumo, Assistência à Saúde tem participação de 6,49%; Vestuário, de 5,68%; Educação, de 4,08%; Despesas diversas, de 2,79%; Recreação e cultura, de 2,39%; Higiene e Cuidados Pessoais, de 2,17%; Serviços Pessoais, de 1,01% e Fumo, de 0,70%.

CRESCE DESPESA COM CONSUMO

O IBGE informou ainda que a contribuição de alimentação para a despesa de consumo vem diminuindo desde os anos 1974-1975, quando foi feita a primeira pesquisa de orçamento familiar, o Estudo Nacional de Despesa Familiar (Endef). Naquela época, o peso era de 33,91%.

Já a participação de Habitação e Transportes aumentou em, respectivamente, 5,09 e 7,21 pontos percentuais.

O IBGE comparou os resultados da última POF com os do Endef de 1974-75 e descobriu ainda que a despesa com consumo cresceu de 74,59% naquele período para 82,41% dos gastos totais das famílias agora.

Já a parcela do aumento do ativo caiu de 16,5% para 4,76%, e a parcela da diminuição do ativo passou de 3,64% para 1,98%.




Fonte: Reuters Investor

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