Pesquisa pretende resgatar passado histórico de Diamantino

Resgatar a identidade cultural das cidades que foram ícones na atividade garimpeira. Esta é a proposta da pesquisa que o professor da Universidade Federal de Mato Grosso e membro do Conselho Estadual de Cultura, João Antônio Botelho pretende fazer com os moradores de Diamantino e Guiratinga.

Ele esteve na Prefeitura Municipal de Diamantino, acompanhado da secretária Municipal de Educação e Cultura e presidente do Conselho de Cultura de Diamantino, Adélia Maria dos Santos Neves, com intuito de buscar no setor imobiliário da Prefeitura, histórias perdidas nas páginas amareladas dos antigos livros de registros.“Estamos pesquisando cerca de 120 imóveis. São casas antigas, os antigos nomes das ruas. Diamantino tem um passado histórico forte, mas que nos últimos tempos, depois de 1980, vem perdendo as suas características. Os moradores com a idéia do moderno derrubam os casarões porque sentem vergonha”, explica o professor.

Esse processo acontece não só no município do médio norte, mas também em Guiratinga, outra cidade de passado na extração de pedras preciosas. “A idéia do projeto é de fazer com que as pessoas dessas duas cidades sintam orgulho do seu passado. Assim, preservar os municípios e com o tempo estimular a indústria do turismo”, observa João Botelho.

A secretária Municipal de Educação e Cultura de Diamantino, Adélia Maria dos Santos Neves, conta que os membros do Conselho Municipal de Cultura trabalham com os moradores no sentido de demovê-los da idéia da derrubada de casarões centenários. “Há moradores que até oferecem as telhas da casa, antes de derrubar”, afirma Adélia Neves.

Como não são tombados como patrimônio histórico, alguns herdeiros dessas casas passam cimento para cobrir a fachada. As paredes que estão descascando pela ação do tempo, muitas vezes são cobertas por cores diferentes das originais. Pesquisa

A primeira fase da pesquisa coordenada pelo professor João Botelho é a de identificar os casarões. Em seguida, serão fotografados as casas e os moradores, além de ser contada história de cada uma das residências.

Em Diamantino, o trabalho “corpo-a-corpo” com os moradores será realizado em parceria dos alunos de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com os acadêmicos de Turismo da União de Ensino Superior de Diamantino (Uned). Já em Guiratinga, os trabalhos de documentação ficarão a cargo dos alunos de História da UFMT, campus de Rondonópolis em conjunto com os moradores da cidade, formados nesta área.