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Economia
Segunda - 10 de Maio de 2004 às 19:18
Por: Suzi Bonfim

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O Governo do Estado irá lançar um Programa Estadual para o Desenvolvimento da Fruticultura até o mês de julho, deste ano. A garantia foi dada pelo secretário de Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Homero Pereira, nesta segunda-feira (10.05), durante a apresentação do diagnóstico do setor financiado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O diagnóstico realizado em 2001 pela empresa de consultoria e planejamento (Conplan), traz dados da produção de 10 frutas no Estado, indicadas pela Sociedade Mato-grossense de Fruticultura: Abacaxi, banana, manga, mamão, uva, maracujá, limão, laranja, coco e caju. O trabalho que também fez um estudo do mercado e da demanda de pesquisa na área será utilizado como base para a definição do programa estadual.

“A partir dos dados levantados por este estudo vamos construir o nosso projeto para o desenvolvimento a fruticultura, estabelecer um cronograma de trabalho com visitas em outros Estados, para conhecermos experiências positivas que possam ser aplicadas aqui ainda no primeiro semestre deste ano”, assegurou Homero Pereira. “Hoje Mato Grosso importa mais de 70% dos produtos hortifrutigranjeiros que consome e queremos reverter este quadro. Primeiro, abastecendo o mercado interno, depois o mercado nacional e a exemplo de outros produtos, como a cana-de-açúcar, a carne e madeira exportar para outros países. A produção é uma alternativa viável para as cerca de 150 mil famílias da agricultura familiar do Estado”.

Segundo o delegado Federal de Agricultura de Mato Grosso (DFA/MT), Paulo Bilégo, os técnicos da delegacia vão trabalhar em parceria com o Governo do Estado na elaboração do programa. “Na elaboração deste diagnóstico da fruticultura, resultado de uma licitação pública, já trabalhamos intensamente em uma comissão, formada por instituições públicas e privadas, que deu suporte ao trabalho e, agora, vamos contribuir para adequação destas informações”, disse o delegado da DFA. Participaram da comissão, a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), a Universidade Federal de Mato Grosso e a Sociedade Mato-grossense de Fruticultura.

Em tom de desabafo, o presidente da Sociedade Mato-grossense do setor, João Pedro Valente, teceu críticas ao processo de implantação de ações para fomentar a fruticultura no Estado. “Esta discussão começou há cinco anos e só agora estamos dando o ponta-pé inicial para o que é solução para a pequena propriedade, como foi no Chile e na região nordeste do país. Eu continuo decepcionado com a velocidade que este setor caminha em Mato Grosso”, desabafou Valente.

Respondendo as críticas do presidente da entidade, Homero Pereira disse que independente do diagnóstico, o governo Maggi tem desenvolvido uma série de ações em prol da fruticultura. “O abacaxi é um exemplo de como o governo Maggi tem trabalhado para fomentar o setor. Estamos com recursos definidos para o transporte de mudas de abacaxi para Tangará da Serra, o programa do caju está sendo retomado na baixada cuiabana, estamos fomentado a produção de uva em Primavera do Leste, entre outras ações. Queremos que o programa para o desenvolvimento do setor tenha musculatura suficiente para atender toda a cadeia produtiva”, ressaltou Pereira.

AÇÕES EM ANDAMENTO - A Empaer é responsável pela execução de uma série de ações na área de fruticultura, desde a pesquisa e validação à distribuição gratuita de mudas. O diretor de pesquisa da empresa, Antonimar Marinho, citou, como exemplo do trabalho que vem sendo desenvolvido, quatro projetos: abacaxi, caju, banana e manga.

De acordo com a Empaer, a produção de frutas (abacaxi, coco, laranja, limão taiti, banana, acerola, cacau, castanha de caju, cupuaçu, caju, figo, mamão, manga, maracujá, tangerina poncã, uva e goiaba) em uma área de 21, 870 mil hectares é de 143,551 mil toneladas, sendo a maior parte de banana.

Para fomentar a produção de abacaxi, o Governo do Estado (Seder e Empaer) fez um acordo com um grupo italiano que irá produzir, em Tangará da Serra (240 km de Cuiabá), 100 toneladas de polpa de abacaxi por dia. Para tanto, a região terá que garantir a produção de 500 hectares da fruta. “Os produtores interessados já foram contatados. Vamos trazer dos Estados do Pará e Tocantins, 25 milhões de mudas de abacaxi para o plantio deste 500 hectares, o equivalente a uma média de 50 mil mudas por hectare”, revelou o diretor de Pesquisa da Empaer. A área total de abacaxi para atender a demanda da industria de polpa é de 2,5 mil ha dos tipos pérola e jupi.

O programa para a produção de caju que teve início em 98 com o plantio de 1,2 hectare na Baixada Cuiabana (Rosário Oeste, Acorizal, Nobres, Jangada e Santo Antonio de Leverger), financiado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), está sendo retomado pela Empaer. A empresa vai distribuir para as famílias envolvidas no programa 30 mil mudas enxertadas de caju para garantir o bom desempenho da produção. A má qualidade das mudas e a falta de capacitação das famílias foram alguns dos problemas enfrentados no programa.

O trabalho desenvolvido com a cultura da banana envolve a pesquisa e validação de variedades resistentes à doença Sigatoka Negra em unidades experimentais da Empaer em Tangará da Serra, Cáceres e Rosário Oeste, e em unidades de observação em outros 16 municípios. O teste é com as variedades maçã Tropical, prata Garantida e a missouri Tha Maeo.

Em Nossa Senhora do Livramento (32 km da capital) 10 mil mudas de banana da variedade “Farta Velhaco” para fritar, já foram plantadas entre fevereiro e março deste ano. A meta é, a partir de outubro, cultivar outras 50 mil mudas da fruta que serão distribuídas gratuitamente aos produtores.

Em relação à cultura da manga, o Governo Maggi pretende lançar, até outubro deste ano, um programa específico para fomentar a produção. Para aumentar a produção estão sendo enxertadas 50 mil mudas de três variedades: precoce, semi-precoce e tardia, garantindo mais opções ao agricultor. A Empaer desenvolve também experimentos com goiaba, caju, maracujá e coco.




Fonte: Secom - MT

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