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Internacional
Quarta - 05 de Maio de 2004 às 14:11
Por: Paloma Caballero

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Milhões de chineses se preparam para se casar amanhã, quarta-feira, um dia que, para eles, promete.

O trabalho no restante do ano faz com que os casais chineses marquem seus casamentos durante o período de feriados tradicionais, entre eles o de 1º de maio, o favorito, uma vez que os outros dois são em fevereiro e em outubro.

Até mesmo o primeiro casamento público já realizado na China de um transexual, Zhang Lin, de 38 anos, aconteceu no dia 3 deste mês, num povoado da província de Sichuan. Na ocasião, a noiva chegou à casa do futuro marido, Yang Qizheng, de 34 anos, numa carruagem tradicional, sob olhares estranhos, segundo a imprensa.

Desde 2003, quando se viram livres da obrigação de pedir autorização à empresa para se casar (a produção não podia ser afetada e os casados tinham direito a uma casa) ou de realizar exames médicos pré-nupciais, os casais não parecem ligar para as despesas.

Se a situação econômica não for muito propícia, os casais adiam, em até um ano, o banquete no qual seus amigos e testemunhas fazem discursos e a noiva faz três trocas de roupa.

Porém, alguns especialistas lamentaram hoje o fim dos exames médicos, que, segundo dizem, evitavam 80 por cento de deformações em futuras gestações, uma vez que os casais eram informados sobre possíveis transmissões hereditárias.

Liang Jimin, vice-director do Instituto de Reprodução, citou hoje números do Ministério da Saúde, segundo os quais um em cada 17 milhões de bebês nascem na China com deformações, entre 20 e 30 por cento das mesmas identificadas no nascimento.

"Amanhã chegaremos ao ponto alto da temporada", afirmou Zhao Jinhong, gerente de uma das várias empresas surgidas nos anos 90, cuja oferta de "serviços românticos" (banquetes, viagens e fotografias) atrai cada vez mais noivos.

Entre os serviços oferecidos na capital chinesa há até uma sessão de cinco horas de foto para que a união seja imortalizada, na igreja de São José ou no chamado Milagre do Amor, "o estúdio fotográfico do amor que perdura", localizado na rua com mais lojas de Pequim.

O estúdio, símbolo da florescente indústria matrimonial, também procura dar ao novo casal um dia de conto de fadas com a oferta de trajes especiais, que vão dos tradicionais chineses aos mais românticos ocidentais, passando pelo de "mulher fatal" para a noiva.

A tendência popular em alta é combinar os estilos chinês e ocidental, enquanto a última moda é fazer fotos e oferecer banquetes ao ar livre.

"Nosso objetivo é estabelecer padrões de preços e serviços para que sejam cumpridos por empresas que às vezes fazem propagandas enganosas", disse Shi Kangning, secretário-geral do comitê nacional da indústria.

No fim, a cerimônia do casamento chega a ser tão breve que o banquete e a sessão fotográfica do casal são a principal atração da festa.

Segundo uma pesquisa da Wedexpo, entre 25 e 40 por cento do mercado nupcial é ocupado por estúdios de fotografia e fornecedores, que movimentam mais de 6 bilhões de dólares ao ano.

Atualmente, muitos casais estão dispostos a gastar vários meses de salário com luxosos álbuns de fotografia e a pagar taxas extras de mais de 50 dólares por dia para acelerar a revelação e ter as fotos o mais rápido possível.

As fotos, que incluem maquilagem profissional no pacote, são feitas antes do banquete com familiares e amigos, e são elas mesmas uma cerimônia.

"Alguns casais mais velhos também fazem sessão de fotos porque não tiveram condição de fazê-las na época", disse Feng Jianzhen, do estúdio Casamento de Paris.




Fonte: Agência EFE

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