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Senado quer que Viegas explique contrato
Brasília - O líder do PFL no Senado, José Agripino, vai pedir à Comissão de Relações Exteriores e Segurança Nacional do Senado que convoque o ministro da Defesa, José Viegas, para dar explicações sobre o contrato assinado com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), de R$ 1,281 milhão, que está sendo coordenado por seu amigo de décadas, Antônio Bogado. "O ministro José Viegas tem tido toda a disposição de comparecer à comissão para tratar dos mais diversos assuntos e, com toda certeza, ele aceitará o convite para tratar desse e de outros temas", declarou o presidente da comissão, o senador petista Eduardo Suplicy (SP).
Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) vai pedir à Comissão de Ética Pública do governo federal para esclarecer se não há "conflito de interesses" na assinatura do contrato pelo ministério, já que uma pessoa ligada ao próprio ministro foi escolhida para idealizar a reengenharia da pasta.
O contrato, um dos motivos de descontentamento dos militares com Viegas, foi tratado no Planalto de forma reservada - para evitar que tomasse ares de crise, por se tratar de uma área sensível. A convocação do ministro ao Palácio do Planalto, ontem à tarde, chegou a deixar em alerta alguns setores militares, que desejavam saber como o assunto seria administrado pela cúpula governista. Mas, oficialmente, a informação era de que Viegas fora chamado para dar prosseguimento a estudos para o Exército atuar no Rio, atendendo à solicitação da governadora Rosinha Matheus.
"Um contrato de R$ 1,281 milhão, sem licitação, rejeitado pelos próprios beneficiários, que o tratam como ´reinvenção da roda´, é no mínimo inconveniente, se não for ilegal", disse Agripino.
Já o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, que integra a base governista, mostrou-se "muito preocupado" com a denúncia e com a insatisfação da categoria. "Insatisfação de servidor público é uma coisa, mas de quem tem armas é outra muito diferente", advertiu ele, que pediu que os problemas sejam resolvidos o mais rápido possível para evitar maiores desdobramentos.
Virgílio, por sua vez, depois de lembrar que essa é uma pasta "delicada e importante", ressaltou que um ministro civil "tem o dever de evitar desgaste com os militares e não provocá-los". Sobre o fato de ter sido assinado um contrato sem licitação, o senador comentou que "a prática está cada vez mais recorrente neste governo".
Em seguida, ressaltando que respeita muito o ministro, o tucano pediu que ele "explicasse por que justamente escolheu esse fulano", afirmou, em referência ao amigo de Viegas, que coordena o projeto. "Será que apenas ele tem notório saber na área para desenvolver o projeto?"
Haiti
Suplicy lembrou que já havia a intenção de a comissão convidar Viegas, para que ele tratasse da questão do envio de tropas ao Haiti pelo Brasil, para integrar a força de paz da ONU. Por isso, segundo ele, quando chegar o pedido de Agripino, ele se juntará a este.
Entre petistas, já havia preocupações de como contornar essa insatisfação dos militares. Interlocutores do Planalto lembravam que o que menos se precisava agora, para se somar a todos os problemas que o governo enfrenta, era uma crise militar.
Um desses petistas comentava a preocupação com o fato de terem voltado a circular nos quartéis jornais alternativos, redigidos pelo pessoal da reserva, que aproveitam para expressar as insatisfações do pessoal da ativa.
"Isso não é bom", comentou um desses petistas, citando que havia algum tempo esses jornais estavam "aposentados" e quase não eram mais encontrados em mãos de militares de alta patente.
Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) vai pedir à Comissão de Ética Pública do governo federal para esclarecer se não há "conflito de interesses" na assinatura do contrato pelo ministério, já que uma pessoa ligada ao próprio ministro foi escolhida para idealizar a reengenharia da pasta.
O contrato, um dos motivos de descontentamento dos militares com Viegas, foi tratado no Planalto de forma reservada - para evitar que tomasse ares de crise, por se tratar de uma área sensível. A convocação do ministro ao Palácio do Planalto, ontem à tarde, chegou a deixar em alerta alguns setores militares, que desejavam saber como o assunto seria administrado pela cúpula governista. Mas, oficialmente, a informação era de que Viegas fora chamado para dar prosseguimento a estudos para o Exército atuar no Rio, atendendo à solicitação da governadora Rosinha Matheus.
"Um contrato de R$ 1,281 milhão, sem licitação, rejeitado pelos próprios beneficiários, que o tratam como ´reinvenção da roda´, é no mínimo inconveniente, se não for ilegal", disse Agripino.
Já o presidente do PPS, deputado Roberto Freire, que integra a base governista, mostrou-se "muito preocupado" com a denúncia e com a insatisfação da categoria. "Insatisfação de servidor público é uma coisa, mas de quem tem armas é outra muito diferente", advertiu ele, que pediu que os problemas sejam resolvidos o mais rápido possível para evitar maiores desdobramentos.
Virgílio, por sua vez, depois de lembrar que essa é uma pasta "delicada e importante", ressaltou que um ministro civil "tem o dever de evitar desgaste com os militares e não provocá-los". Sobre o fato de ter sido assinado um contrato sem licitação, o senador comentou que "a prática está cada vez mais recorrente neste governo".
Em seguida, ressaltando que respeita muito o ministro, o tucano pediu que ele "explicasse por que justamente escolheu esse fulano", afirmou, em referência ao amigo de Viegas, que coordena o projeto. "Será que apenas ele tem notório saber na área para desenvolver o projeto?"
Haiti
Suplicy lembrou que já havia a intenção de a comissão convidar Viegas, para que ele tratasse da questão do envio de tropas ao Haiti pelo Brasil, para integrar a força de paz da ONU. Por isso, segundo ele, quando chegar o pedido de Agripino, ele se juntará a este.
Entre petistas, já havia preocupações de como contornar essa insatisfação dos militares. Interlocutores do Planalto lembravam que o que menos se precisava agora, para se somar a todos os problemas que o governo enfrenta, era uma crise militar.
Um desses petistas comentava a preocupação com o fato de terem voltado a circular nos quartéis jornais alternativos, redigidos pelo pessoal da reserva, que aproveitam para expressar as insatisfações do pessoal da ativa.
"Isso não é bom", comentou um desses petistas, citando que havia algum tempo esses jornais estavam "aposentados" e quase não eram mais encontrados em mãos de militares de alta patente.
Fonte:
Estadão.com
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/384114/visualizar/
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