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Terça - 04 de Maio de 2004 às 11:31

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As indústrias madeireiras da região Norte estão bem próximas de uma grave crise por não conseguirem atender as exigências do Ibama sobre as averbações de projetos de manejo florestal e por não conseguirem extrair matéria prima para continuar trabalhando.

O presidente do Sindusmad (Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte de Mato Grosso), Sidnei Bellincanta, reuniu-se, há poucos dias, com a presidência do Ibama e explicou que tem empresas reduzindo a produção, concedendo férias, demitindo e não conseguindo cumprir compromissos com fornecedores. Não adiantou. Novamente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente não viabilizou uma saída para solucionar o principal entrave jurídico entre Ibama e madeireiros.

A medida do governo passou a obrigar os donos de áreas onde for extraída madeira a averbar 80% da área total. Antes, poderia ser extraído 50% e a outra parte ficava como reserva legal. O problema principal está nos projetos que foram aprovados para extrair em 50% e que não estão tendo liberações para serem cumpridos. Foram aprovados antes de sair a nova medida, mas na prática não estão tendo validade. Muitos projetos estão parados no Ibama e os madeireiros estão de mãos amarradas, não podendo retirar a madeira das áreas.

Uma das saídas -provisória- seria um ajuste no termo de ajustamento de conduta para que os projetos de manejo já aprovados possam ser executados e as indústrias terem condições de extrair matéria prima. "Mas sem que o proprietário fique obrigado a reverter a reserva para 80% e que fica nos 50% da área", ponderou Sidnei. O presidente do Sindusmad acredita que a saída a curto prazo não seria acionar o Judiciário. "No estágio em que estamos, ajuizar mandados de segurança não significaria uma solução imediata porque sabemos que a Justiça tem muito trabalho", afirmou.

A diretoria do Sindusmad vai reunir os madeireiros da região, em Sinop, no próximo dia 12, no Gran Ceccat, para discutir uma mobilização do setor. "Não podemos mais esperar. Vamos discutir que movimento, a nível estadual, e iremos fazer para cobrar uma solução. Estamos contando com o apoio político do senador Jonas Pinheiro, o deputado Ricarte e agora com o deputado Pedro Henry, líder do PP na Câmara, que estão reforçando a cobrança ao governo para solucionar nosso problema", declarou. Ele lembrou que esse problema já foi apresentando ao ministro da Casa Civil, José Dirceu, e ainda nada foi feito.

O período da seca, época em que tradicionalmente as madeireiras começam a fazer seus estoques, já começou. A maioria das madeireiras está com estoques baixos. Outras reduziram a produção porque não estão conseguindo extrair matéria prima. O Sindusmad já foi informado que tem empresas demitindo e que as demissões podem aumentar a partir de junho, se não houver uma mudança na questão das averbações dos projetos de manejo.

Sinop é um dos maiores parques madeireiros do Brasil. A economia de diversas cidades da região está concentrada no setor madeireiro que, diretamente, emprega - no Nortão- cerca de 20 mil pessoas.




Fonte: Só Noticias

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