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Índios Paresí passam fome em Diamantino
Vivendo numa área demarcada por volta de 1917, ás margens da BR-364, á cerca de 80 Km do município de Diamantino, os índios Paresí, estão passando por necessidades, inclusive com a falta de alimentação. O local serviu também como base da equipe de trabalhadores que construíram a rede de telégrafo, para a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. O índio, João Zoromará, foi um dos que ajudaram na construção da rede.
Vivem na aldeia, aproximadamente 13 índios, outros tantos, acabaram deixando o local e vivem hoje nos municípios de Nova Marilândia, Arenápolis e Diamantino. Oficialmente a FUNAI – Fundação Nacional do Índio reconhece 3,60 mil hectares, de propriedade da comunidade indígena, mas existem títulos sobrepostos de vários pretendentes. No local foram erguidos dois armazéns graneleiros de grande porte, um posto de combustível e uma propriedade rural, colocando a área sub – júdice. Os indios brigam na justiça pelos 3,6 mil hectares, que foram tomados por fazendeiros, pecuaristas, entre outros.
Principal liderança da comunidade Paresi, João Batista Zoromará, 55, fala com tristeza da situação de abandono em que vivem temendo ter a área invadida e serem expulsos do local. Zoromará relembra que em 1942 a área foi grilada por um fazendeiro, de nome Otávio Costa, que se apossou da área e em seguida vendeu ao cantor Roberto Carlos. Segundo ele, Roberto Carlos não teria pago o gerente da fazenda, Pascoal Zianoto, os diretos trabalhistas, e então o gerente acabou “ganhando” uma área de 100 alqueires, este por sua vez, descobriu que em uma das fazendas vizinhas existia sobra de documento e acabou comprando esse titulo e “esquentando” a área para posteriormente vender ao grupo Irmãos Capeleto, onde atualmente esta o armazém da empresa multinacional Cargil.
Falando da disposição em lutar pela sobrevivência de sua gente, João Zoromará, disse que não existe serviço na região e que depois do conflito de 1993, onde fizeram 4 pessoas, como reféns, por cerca de três dias, entre elas o coronel Corbelino e o gerente da Ovetril, empresa que invadiu o restante da área que serve de abrigo e sobrevivência, a situação está ainda mais grave. Os Índios Paresi estão impedidos de beberem a água do único córrego que corta a propriedade de 300 hectares, pois a água esta contaminada com veneno, utilizados pelas algodoeiras do município de Diamantino e nem mesmo peixe é possível mais encontrar no rio.
De acordo com informações do Técnico Indigenista da Administração Regional da FUNAI em Tangará da Serra, Martins Toledo de Melo a questão já foi destaque na imprensa nacional, em 1992, quando ocorreu um conflito entre índios Paresí e pretensos proprietários, que implantaram o plantio de soja e cujas lavouras chegavam aos umbrais das portas das moradias indígenas.
Ainda segundo Martins, o impasse até hoje não foi resolvido, apesar de já ter sido publicada uma portaria de demarcação pela FUNAI, a qual foi contestada através do Decreto 1775/96, que dá o direito contestatório a quem se sinta prejudicado pela demarcação de área indígena, mesmo já existindo, dois grupos de trabalhos interministeriais que foram formados para efetuar levantamentos e os trâmites burocrático-administrativos para a demarcação.
Hoje os índios dessa região não têm “profissão”, pois, trabalhavam como movimentadores de mercadoria (saqueiros), atividade que não mais existe, e por isso encontram-se sem fonte de renda e a preocupação da FUNAI, é no sentido de que eles já começam a sentir os efeitos da fome.
Martins Toledo de Melo, informou que há uma proposta da FUNAI de Tangará da Serra, em iniciar, neste ano, o plantio de seis hectares de arroz e mandioca, bem como da construção de um aviário, fornecendo carne branca e rendimento. Uma área seria destinada à pastagem de gado, gerando receita e garantindo sua sobrevivência. Enquanto isso, outras situações paliativas serão estudadas pelo órgão no sentido de fazer gestões junto à Ação Social de Nova Marilândia e Diamantino para conseguir cestas básicas que seriam repassadas à comunidade indígena.
Ao falar da situação em que vive o líder da pequena aldeia, João Batista Zoromará, chorou e calou-se, e depois disse que estão passando fome, mas que ainda se alimentam de carne de Ema, ave típica do Cerrado.
Uma das principais preocupações dos remanescentes dos Índios Paresi é com referencia a uma possível expulsão forçada de suas próprias terras, foi o que afirmou um dos índios em entrevista “hoje nós somos invasores da nossa própria terra”.
A FUNAI de Tangará da Serra, é responsável por outras 54 aldeias indígenas distribuídas em 7 municípios, sendo que há mais de 6 meses ninguém do órgão aparece na localidade para dar assistência aos índios.
Vivem na aldeia, aproximadamente 13 índios, outros tantos, acabaram deixando o local e vivem hoje nos municípios de Nova Marilândia, Arenápolis e Diamantino. Oficialmente a FUNAI – Fundação Nacional do Índio reconhece 3,60 mil hectares, de propriedade da comunidade indígena, mas existem títulos sobrepostos de vários pretendentes. No local foram erguidos dois armazéns graneleiros de grande porte, um posto de combustível e uma propriedade rural, colocando a área sub – júdice. Os indios brigam na justiça pelos 3,6 mil hectares, que foram tomados por fazendeiros, pecuaristas, entre outros.
Principal liderança da comunidade Paresi, João Batista Zoromará, 55, fala com tristeza da situação de abandono em que vivem temendo ter a área invadida e serem expulsos do local. Zoromará relembra que em 1942 a área foi grilada por um fazendeiro, de nome Otávio Costa, que se apossou da área e em seguida vendeu ao cantor Roberto Carlos. Segundo ele, Roberto Carlos não teria pago o gerente da fazenda, Pascoal Zianoto, os diretos trabalhistas, e então o gerente acabou “ganhando” uma área de 100 alqueires, este por sua vez, descobriu que em uma das fazendas vizinhas existia sobra de documento e acabou comprando esse titulo e “esquentando” a área para posteriormente vender ao grupo Irmãos Capeleto, onde atualmente esta o armazém da empresa multinacional Cargil.
Falando da disposição em lutar pela sobrevivência de sua gente, João Zoromará, disse que não existe serviço na região e que depois do conflito de 1993, onde fizeram 4 pessoas, como reféns, por cerca de três dias, entre elas o coronel Corbelino e o gerente da Ovetril, empresa que invadiu o restante da área que serve de abrigo e sobrevivência, a situação está ainda mais grave. Os Índios Paresi estão impedidos de beberem a água do único córrego que corta a propriedade de 300 hectares, pois a água esta contaminada com veneno, utilizados pelas algodoeiras do município de Diamantino e nem mesmo peixe é possível mais encontrar no rio.
De acordo com informações do Técnico Indigenista da Administração Regional da FUNAI em Tangará da Serra, Martins Toledo de Melo a questão já foi destaque na imprensa nacional, em 1992, quando ocorreu um conflito entre índios Paresí e pretensos proprietários, que implantaram o plantio de soja e cujas lavouras chegavam aos umbrais das portas das moradias indígenas.
Ainda segundo Martins, o impasse até hoje não foi resolvido, apesar de já ter sido publicada uma portaria de demarcação pela FUNAI, a qual foi contestada através do Decreto 1775/96, que dá o direito contestatório a quem se sinta prejudicado pela demarcação de área indígena, mesmo já existindo, dois grupos de trabalhos interministeriais que foram formados para efetuar levantamentos e os trâmites burocrático-administrativos para a demarcação.
Hoje os índios dessa região não têm “profissão”, pois, trabalhavam como movimentadores de mercadoria (saqueiros), atividade que não mais existe, e por isso encontram-se sem fonte de renda e a preocupação da FUNAI, é no sentido de que eles já começam a sentir os efeitos da fome.
Martins Toledo de Melo, informou que há uma proposta da FUNAI de Tangará da Serra, em iniciar, neste ano, o plantio de seis hectares de arroz e mandioca, bem como da construção de um aviário, fornecendo carne branca e rendimento. Uma área seria destinada à pastagem de gado, gerando receita e garantindo sua sobrevivência. Enquanto isso, outras situações paliativas serão estudadas pelo órgão no sentido de fazer gestões junto à Ação Social de Nova Marilândia e Diamantino para conseguir cestas básicas que seriam repassadas à comunidade indígena.
Ao falar da situação em que vive o líder da pequena aldeia, João Batista Zoromará, chorou e calou-se, e depois disse que estão passando fome, mas que ainda se alimentam de carne de Ema, ave típica do Cerrado.
Uma das principais preocupações dos remanescentes dos Índios Paresi é com referencia a uma possível expulsão forçada de suas próprias terras, foi o que afirmou um dos índios em entrevista “hoje nós somos invasores da nossa própria terra”.
A FUNAI de Tangará da Serra, é responsável por outras 54 aldeias indígenas distribuídas em 7 municípios, sendo que há mais de 6 meses ninguém do órgão aparece na localidade para dar assistência aos índios.
Fonte:
Redação RepórterNews
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