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Saúde
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 21:28

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A gravidade dos sintomas da depressão aumenta o risco de infartos cerebrais, segundo um estudo apresentado hoje, quarta-feira, na reunião anual da Academia Americana de Neurologia.

O estudo aponta que essa relação ocorre entre os pacientes de raça branca de origem anglo-saxã.

A relação entre a depressão e os infartos não foi encontrada entre os pacientes negros ou hispânicos, mas isto pode ter ocorrido devido às limitações dos meios utilizados para avaliar a depressão, segundo a autora principal do estudo, Ji Chong, do Instituto Neurológico do Centro Médico Columbia, em Nova York.

"Os estudos descobriram que os sintomas depressivos são um fator de risco para o infarto" cerebral, disse Chong.

"Mas não estava claro se os níveis mais altos de depressão significam um risco mais alto de infarto", acrescentou.

Para esclarecer este ponto, Chong e seus colegas revisaram os dados de quase 3.000 pessoas em uma pesquisa de longo prazo em Manhattan sobre fatores de risco de infarto cardíaco e morte vascular.

Os participantes do estudo tinham uma idade média de 69 anos e 21 por cento deles eram brancos, 24 por cento negros e 52 por cento hispânicos.

Utilizando uma medida clínica de depressão utilizada amplamente -a chamada escala de Hamilton de Depressão-, 33 por cento de todos os participantes apresentaram algum nível de ânimo deprimido, incluindo 32 por cento dos brancos, 25 por cento dos negros e 38 por cento dos hispânicos.

Durante um período de acompanhamento de quase cinco anos, ocorreram 160 infartos isquêmicos.

Os pacientes com qualquer nível de depressão estiveram associados com um maior risco -de 40 por cento- de sofrer um infarto entre todos os participantes.

Os pesquisadores notaram um leve aumento do risco para os que tinham sintomas de moderados a graves, comparados com os que apresentavam sintomas menores.

Quando os pesquisadores analisaram os dados em relação aos grupos étnicos, não se notou um efeito do ânimo sobre o risco de infarto para os subgrupos de hispânicos e negros.

Por outro lado, para os brancos, qualquer nível de depressão aumentou em mais que o dobro o risco de infarto, e se notou um efeito muito claro da gravidade da depressão sobre o risco.

Os indivíduos com os sintomas de depressão mais grave tiveram um risco mais de quatro vezes maior que os que não tinham tais sintomas no subgrupo de brancos.

Chong admitiu que as diferenças étnicas que registrou seu estudo podem estar relacionadas mais com as diferenças culturais na interpretação das perguntas da medida de depressão que com diferenças biológicas entre os subgrupos.

"Resta saber se o tratamento adiantado da depressão pode modificar o risco de um infarto mais adiante", disse Chong.




Fonte: Agência EFE

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