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Internacional
Quarta - 28 de Abril de 2004 às 18:46

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MOSCOU - Um antigo e recém publicado relatório da CIA que avisava do perigo da desintegração da Rússia despertou hoje uma certa polêmica em Moscou e mobilizou a atenção de ouvintes de uma popular emissora de rádio.

O presidente da Duma (câmara baixa do Parlamento), Borís Grizlov, comentou o relatório da CIA, que advertia sobre a possibilidade de um processo que levasse, em 10 anos, à divisão da Rússia em seis, sete ou oito estados independentes.

"Excluo totalmente a possibilidade de semelhante ameaça", disse o político sobre o relatório, citado durante o dia por vários meios de comunicação russos.

Grizlov, que ainda lidera o partido do Kremlin, Rússia Unida, argumentou que nos últimos quatro anos, ou seja, durante o primeiro mandato do recém reeleito presidente russo, Vladimir Putin, se fez muito no país em favor de um poder vertical.

"Esta política centralista de Putin, que em particular incluiu a unificação das atas legislativas das repúblicas e regiões russas com a Constituição do país, criou uma sólida base para o fortalecimento do Estado russo", afirmou o funcionário.

A polêmica continuou, até que a agência RIA-Novosti divulgou a explicação de uma porta-voz da CIA, esclarecendo que o relatório 'Tendências Globais-2015' tinha sido elaborado no ano 2000 e foi publicado no site da Agência no último dia 12 para divulgar as opiniões de especialistas correspondentes àquela época.

Embora muitos políticos e meios de comunicação russos tenham tratado com ceticismo o prognóstico da CIA, que consideraram defasado, milhares de ouvintes de rádio levaram a sério e participaram de duas pesquisas interativas realizadas pela famosa emissora Eco de Moscou.

Na primeira enquete, feita por telefone, 71% dos 3.381 ouvintes que ligaram para a emissora consideraram real a ameaça mencionada pela CIA, enquanto 29% não acreditam nela.

Outra sondagem, feita pela Internet, teve um resultado diferente mas também majoritariamente propício às previsões do relatório: 54% consideram possível a desintegração do país, 40% descartaram a hipótese, e os 6% restante não souberam opinar a respeito.




Fonte: JB Online

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