As companhias aéreas tiveram prejuízos de mais de R$ 20 milhões com a interdição da pista de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, por 45 horas entre sábado e segunda-feira, informou nesta quarta-feira (17), a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
Segundo a associação, as empresas tiveram que indenizar pelo menos 27 mil passageiros com a suspensão de quase 500 voos, após o incidente com um avião de carga da empresa norte-americana Centurion, que interditou a única pista de pousos e decolagens do aeroporto.
Segundo a Abear, só na terça-feira (16) os voos foram regularizados, mas passageiros, "até o momento, ainda estão sendo reacomodados".
"Mesmo sendo obrigadas a cancelar e remanejar tantos voos, as companhias foram ágeis no atendimento aos passageiros e na solução de problemas", afirmou em, comunicado, Eduardo Sanovicz, presidente da Abear.
Reivindicação por segunda pista em aeroportos
A associação destacou que o Código Brasileiro de Aeronáutica prevê que as despesas de remoção e liberação do local do acidente com aeronave são de responsabilidade da companhia aérea, "no caso, a Centurion", e que, de acordo com os Regulamentos Brasileiro de Aviação Civil, o operador do aeroporto é o responsável pela remoção de qualquer veículo ou obstrução que possa representar perigo para as operações aéreas e por coordenar as ações necessárias para a retirada das aeronaves danificadas da área de movimento.
Para a Abear, a construção de uma segunda pista nos aeroportos mais movimentados, uma antiga reivindicação do setor, "poderia ter evitado ou reduzido os transtornos". "O alerta de que situações como esta poderiam vir a ocorrer já vem sendo feito pelas empresas aéreas há mais de dez anos", diz a associação.
“Além do aeroporto de Campinas, estamos pleiteando há muito tempo por mais uma pista nos aeroportos mais movimentados do país, como o de Confins, Porto Alegre, Salvador e Curitiba. Nesses dois últimos, as pistas auxiliares são muito curtas para receber a operação dos jatos de grande porte”, afirma Ronaldo Jenkins, diretor de Segurança e Operações de Voo da Abear.
Segundo a entidade, outro problema que tira a capacidade dos aeroportos brasileiros atualmente são as pistas de taxi. "Entre os 25 aeroportos mais movimentados do país, não possuem pista de taxi os de Florianópolis, Foz do Iguaçu, Aracaju e Navegantes. E embora tenham pistas de taxi, os aeroportos de Porto Alegre, Curitiba, Vitória, Cuiabá e São Luiz não possuem pistas que atendam às duas cabeceiras", lista a associação.
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