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Internacional
Segunda - 26 de Abril de 2004 às 12:45

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São Paulo - A manifestação pró-aborto que tomou ontem a National Mall, em frente à Casa Branca, nos Estados Unidos, não deve se restringir ao direito de escolha das mulheres com relação à gravidez. De acordo com o jornal The New York Times, os manifestantes prometeram "dar o troco" à administração Bush nas eleições presidenciais de novembro desse ano.

A multidão, de mais de um milhão de pessoas, segundo os organizadores da marcha, protestou contra a política conservadora do presidente George W. Bush segurando cartazes com os dizeres: "meu corpo não é propriedade pública".

"Porta-vozes declararam que o presidente Bush e seus aliados no Congresso estão tentando impor uma agenda ideológica quanto ao aborto e ao planejamento familiar, dentro e fora de casa", escreveu o jornal.

Muitos manifestantes carregaram placas com sinais de apoio ao senador John Kerry, provável candidato democrata à presidência americana. Ainda segundo o The New York Times, diversos membros da família de Kerry participaram da marcha.

A senadora democrata Hillary Clinton, mulher do ex-presidente americano Bill Clinton, disse ao jornal que, da última vez em que manifestantes pró-aborto se reuniram em Washington, seu marido foi eleito presidente dos Estados Unidos seis meses depois: "não tivemos uma manifestação dessas ao longo de 12 anos porque havia um governo que respeitava os direitos das mulheres".

O presidente Geroge W. Bush permaneceu em Camp David durante a manifestação, assinalou o Washington Post. Uma nota fornecida pela Casa Branca no final da tarde de ontem tentou dar um tom conciliatório ao evento, mas acabou reforçando tópicos populares entre os conservadores: "podemos trabalhar juntos para reduzir o número de abortos por meio da promoção de programas de abstinência sexual".

Logo depois de tomar posse como presidente dos EUA em 2001, Bush proibiu financiamento governamental a organizações internacionais pró-aborto. Prejudicar ou eliminar um feto tornou-se crime federal de acordo com a lei assinada por Bush no último dia 1, explicou o jornal.

Diversas celebridades, políticos e ativistas participaram da manifestação, entre eles Whoopi Goldberg, Cybill Shepherd, Ani DiFranco, Moby e a ex-Secretária de Estado Madeleine Albright.




Fonte: Estadão.com

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