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Economia
Segunda - 26 de Abril de 2004 às 11:55
Por: Sérgio Ripardo

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As ações da Embratel lideram queda na Bovespa, na véspera da decisão da Justiça dos EUA sobre a venda da empresa, em meio à suspeita de formação de cartel pelas teles fixas interessadas no negócio.

Os papéis ON registram baixa de 3,3%, cotados a R$ 14 o lote de mil. Já as ações PN recuam 2,8%, vendidas a R$ 8,85 o lote de mil. O Ibovespa opera em queda de 0,25%, aos 21.534 pontos.

Amanhã, a Justiça americana decide sobre a venda da Embratel. Na disputa, estão a mexicana Telmex e o consórcio Calais, que representa as teles fixas (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar).

A Folha revelou ontem que documentos apreendidos na sede da Telefônica, em São Paulo, mencionavam estratégia das teles para, no futuro, elevar as tarifas cobradas pela Embratel "pelo teto". A SDE (Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça)analisará a documentação apreendida pela polícia na Telefônica.

Já as ações preferenciais da Ipiranga Petroquímica devolvem parte da forte alta da semana passada (12,58%) e perdem 2,7%, cotadas a R$ 15,65. Nos últimos dias, voltaram a circular os rumores de que a empresa seria vendida para a Petrobras ou para a Braskem, maior petroquímica da América Latina.

Na lista de altas, um dos destaques é a ação preferencial da Tele Celular Sul, controlada pela TIM. O papel avança 3%, cotado a R$ 4,69 o lote de mil. Na sexta-feira passada, a empresa aprovou o pagamento de R$ 27,145 milhões em dividendos. Desde o pregão de hoje, o papel começou a ser negociado com a distinção "ex-dividendo" (sem dar direito ao comprador de receber o dividendo já aprovado).

Para o diretor da corretora Planner, Luiz Antonio Vaz das Neves, não há uma tendência consistente para o pregão desta segunda-feira. Ele lembra que, na sexta-feira passada, a Bolsa subiu com a reação positiva do mercado ao superávit primário recorde registrado pelo governo em março.

Antes desse anúncio, o banco americano JP Morgan alertou, ao rebaixar os títulos da dívida brasileira, para os resultados fiscais fracos no início do ano, o que abriu uma temporada de "desova" de papéis brasileiros.

"O mercado ainda está atordoado, buscando motivos para adotar uma tendência de alta ou de baixa", diz Neves.

Ele cita como um fator "positivo" a estréia da propaganda do PT, na noite da última sexta-feira, comparando indicadores econômicos, como o superávit comercial e a taxa de juros, nos períodos dos governo Lula e FHC.

"O governo Lula tenta uma virada do jogo, recuperando sua autoridade, após o período de crise. O mundo capitalista gosta disso", afirma Neves.

Para o diretor da Planner, a perspectiva de alta do juro nos EUA, motivo de estresse do mercado neste mês, já está sendo assimilada pelo mercado, perdendo a força como influência nas decisões dos investidores.




Fonte: Folha Online

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