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Internacional
Sábado - 24 de Abril de 2004 às 18:38

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O ministro argentino das Relações Exteriores, Rafael Bielsa, afirmou hoje que o processo de extradição do ex-presidente Carlos Menem (1989-1999), acusado de desvio de verbas, vai demorar pelo menos seis meses.

Bielsa também desqualificou as denúncias de uma "perseguição política" na Argentina formuladas por Menem para justificar o fato de não ter comparecido a citações judiciais em Buenos Aires e de ter permanecido no Chile, onde vive desde o fim do ano passado.

"É muito desagradável pensar que o Poder Judiciário, que deve ser independente, persegue alguém. O precatório enviado ao Chile pelo juiz Jorge Urso cumpre todos os requisitos legais", sustentou Bielsa em declarações a uma emissora de Buenos Aires.

A Chancelaria argentina recebeu na última semana o pedido de extradição elaborado por Urso e, entre segunda e terça-feira próximas, vai encaminhá-lo à ministra chilena das Relações Exteriores.

Diante da reiterada falta de Menem a suas audiências, o juiz Urso decretou na quarta-feira passada um mandado de captura nacional e internacional do ex-governante argentino e enviou a solicitação à Interpol chilena.

"Não me pareceu persecutória, mas objetiva", ressaltou Bielsa, em referência à atuação do juiz Urso na causa por supostas irregularidades na atribuição das obras e na construção de duas penitenciárias durante o mandato do político peronista (1989-1999).

Há três anos, Urso tinha mantido Menem sob prisão domiciliar por seis meses, como suposto organizador de uma "associação ilícita" que entre 1991 e 1995 desviou armas argentinas de fabricação estatal à Croácia e ao Equador. No entanto, o ex-chefe do Estado, de 73 anos, foi absolvido dessa acusação pela Suprema Corte.

O governo do Chile negou qualquer possibilidade de conceder asilo político a Carlos Menem. "Isso está descartado", respondeu o ministro porta-voz do governo chileno, Francisco Vidal, ao ser consultado pelos jornalistas sobre uma hipotética concessão de asilo político ao ex-governante argentino, que mora em Santiago desde o ano passado com sua mulher, a chilena Cecilia Bolocco, e o filho Máximo Saúl.

Paralelamente, o juiz federal Norberto Oyarbide, que investiga Menem por ocultar uma conta bancária, disse que na segunda-feira assinará uma nova citação contra o ex-presidente "sob a advertência de declará-lo à revelia" e pedir uma nova captura internacional.




Fonte: Agência EFE

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