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Internacional
Sábado - 24 de Abril de 2004 às 15:10

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Amsterdã - Os noivos estava belos como nos contos de fada, mas a ativista dos direitos humanos Mabel Wisse Smit não se transformará em Cinderela: seu príncipe, Johan Friso, o segundo filho da rainha Beatrix da Holanda, precisou abrir mão de seus direitos ao trono para casar-se com ela. A cerimônia de hoje foi feita sem a aprovação do governo holandês.

Johan Friso, de 35 anos, é o terceiro na linha de sucessão, atrás de seu irmão mais velho, o príncipe herdeiro Willem Alexander, e a filha dele, Amalia. Ao responder “sim”, hoje, quando lhe perguntaram se aceitava Mabel como esposa, perdeu seu direito ao trono, mas não ao título de Príncipe de Orange-Nassau. Mabel Wisse Smit, no entanto, continuará plebéia e nenhum dos filhos do casal terá direito ao título usual de duque ou duquesa.

A recusa do governo de dar seu consentimento ao casamento – necessário para qualquer matrimônio real – significou que Johan Friso não mais será considerado membro da Casa de Orange, a casa real holandesa.

O primeiro-ministro Jan Peter Balkenende alegou que os noivos lhe haviam dado “informações incompletas e incorretas” durante o processo padrão de veto pré-nupcial. Mabel e Friso admitiram ter enganando o governo, sem nome de sua privacidade, sobre a extensão da relação dela com o chefe das drogas Klaas Bruinsma, enquanto ela estava na universidade, em 1989. Bruinsma foi morto numa execução do submundo, em 1991.

Jornalistas descobriram evidências que contradiziam a versão de Mabel de que o relacionamento não passaram de uma inocente amizade passageira e a história dominou as manchetes dos jornais e da TV holandesa por semanas, no verão do ano passado.

“Desejo a vocês felicidades, com muita privacidade”, disse o prefeito Hein van Oorschot hoje, ao realizar a cerimônia civil.

Depois da cerimônia civil, realizada pelo prefeito da cidade de Delft na prefeitura, o casal dirigiu-se à Oude Kerk, a Igreja Velha, para a cerimônia religiosa testemunhada pela realeza européia e seu círculo de amigos. Cercados de flores e insígnias reais, estavam lá além de toda a família real holandesa, o rei Harald V da Noruega e o financista George Soros, ex-patrão de Mabel, quando ela trabalhava na Open Society Institute, em Bruxelas, uma das organizações de direitos humanos do mega-investidor.

A família real holandesa tem uma história de casamentos problemáticos. O príncipe Willem Alexander casou-se com a argentina Maxima Zorreguieta, em 2002, em um matrimônio igualmente de contos de fadas, mas o pai da noiva, que serviu seu país no governo brutal da junta militar, não foi convidado.

O casamento da própria rainha Beatriz, em 1966, provocou tumultos nos pais. Ela escolheu o príncipe Claus, um ex-soldado alemão em um tempo em que os holandeses ainda sentiam ódio e humilhação pelas lembranças da ocupação alemã durante a Segunda Guerra.




Fonte: AE - AP

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