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Quarta - 17 de Outubro de 2012 às 10:17

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Barack Obama retornou à corrida eleitoral nos Estados Unidos com um desempenho mais agressivo e convincente no segundo debate contra seu rival republicano Mitt Romney. O presidente Obama, que ainda tem pela frente um terceiro e último duelo verbal com Romney antes da eleição de 6 de novembro, teve claramente um melhor desempenho em relação ao primeiro debate, de 3 de outubro, em Denver (Colorado, oeste). "Acredito que o presidente teve uma noite muito melhor do que em Denver", declarou à AFP John Pitney, professor de Política no Claremont McKenna College. O debate "foi acirrado, mas dou vantagem a Obama", acrescentou. Quase todos os analistas indicaram que Romney superou há duas semanas um Obama lento e sem foco, e os americanos estiveram de acordo: embora o republicano estivesse em desvantagem, ganhou impulso nas pesquisas após o debate de Denver. Mas Obama, consciente de que deveria melhorar seu desempenho para ter esperança de ganhar um segundo mandato, pegou pesado no duelo verbal de 90 minutos que ocorreu na Universidade Hofstra de Hempstead, 40 km a leste de Nova York, no qual 80 eleitores indecisos fizeram as perguntas. O presidente atacou o plano de recuperação econômica de Romney e deu uma contundente resposta às críticas recebidas pela gestão realizada por seu governo após o ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, que deixou quatro americanos mortos, entre eles o embaixador, no dia 11 de setembro. "Foi um impulso à moral dos democratas; e os republicanos também terão algumas coisas a comemorar, mas Obama precisava muito mais deste impulso", disse Pitney. "Veremos se isto produz algum movimento nas pesquisas". As pesquisas relâmpago após o segundo debate na Universidade de Hofstra foram unânimes em conceder a vantagem ao presidente. A medição da CBS News, por exemplo, apontou que 37% dos consultados estimou que Obama ganhou o duelo, contra 30% para Romney. Karlyn Bowman, membro do conservador American Enterprise Institute, considerou que embora não tenha existido um claro ganhador, "Obama está novamente no jogo". Os temas relativos aos direitos das mulheres apareceram mais que no debate de Denver. O apoio das mulheres, que havia sido um ponto forte de Obama, caiu após este primeiro round, segundo várias pesquisas. Jennifer Lawless, titular do Women & Politics Institute na American University, considerou que Obama provavelmente recuperará o apoio feminino após o segundo debate, no qual ofereceu "o mesmo tratamento justo que aos homens". A polêmica sobre o incidente no consulado em Benghazi deu a Obama a oportunidade de repreender Romney por suas contínuas críticas sobre a gestão feita pela Casa Branca. "A sugestão de que qualquer integrante de minha equipe, seja a secretária de Estado, nosso embaixador na ONU, qualquer um de minha equipe, tenha jogado com a política quando perdemos quatro dos nossos, governador, é ofensivo", disse um deslumbrante Obama. "Isto não é o que fazemos. Isto não é o que faço como presidente", ressaltou. Pitney considerou que a resposta de Obama sobre este ponto foi apaixonada e teve status presidencial. "O problema para o presidente é que, apesar de ter tido um bom momento ao abordar a Líbia, a Líbia não é um bom tema para o presidente", disse o analista, em alusão aos contraditórios relatos dos fatos fornecidos pelos funcionários nos dias posteriores ao ataque. Linda Fowler, professora de assuntos governamentais do Darthmouth College, considerou que não houve um claro vencedor no debate da Hofstra. "Cada um fez as coisas que tinha que ser feita, e esta foi uma corrida apertada e continuará sendo uma corrida apertada", disse Fowler. "Acredito que os republicanos estarão decepcionados pelo fato de Romney não ter eliminado (Obama), e os democratas estarão tranquilos de que o presidente está agora com todas as baterias recarregadas", acrescentou. Steffen Schmidt, professor de Ciência Política da Universidade estatal de Iowa, considerou que os dois candidatos "realmente se lançaram um contra o outro sobre petróleo, gás e energia", assim como sobre a política tarifária. No entanto, mesmo quando Obama criticou Romney pela falta de uma explicação específica sobre como pagará o corte de 20% nos impostos que propõe, Schmidt disse que não havia um claro vencedor. "Provavelmente nenhum eleitor indeciso independente definiu seu apoio para um ou outro", disse Schmidt. "Precisamos de outro debate para definir tudo isto". Obama e Romney se enfrentarão no terceiro e último debate no dia 22 de outubro, 15 dias antes da eleição.





Fonte: Terra

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