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Nacional
Quarta - 21 de Abril de 2004 às 15:23

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A greve dos servidores públicos federais atingiu também os funcionários da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e paralisou as agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) espalhadas por Salvador. Na sede da DRT, na Avenida Sete de Setembro, os trabalhadores em greve permaneceram na porta do prédio, orientando a população a retornar outro dia. Muitas pessoas que procuraram a instituição para resolver questões de trabalho foram pegas de surpresa.

O jovem Arislam Nepomuceno Xavier, 22 anos, acordou cedo, antes de 7h, e encarou uma hora e meia de viagem de Pojuca, onde mora, até Salvador. Ele foi até a DRT pegar o registro técnico que autorizará o início de um novo emprego na área de segurança do trabalho. "Esse documento é uma espécie de permissão para eu trabalhar. Dei entrada nele no final de janeiro e, quando venho pegá-lo, sou surpreendido por uma greve. Posso perder a chance deste trabalho", disse Arislam, que procura emprego há seis meses.

Acompanhado da esposa Edivânia, não sobrou a Arislam outra alternativa a não ser voltar para casa. Ele, que é pai da menina Emile, de apenas 2 anos, observa os dois lados da situação ao falar da legitimidade do movimento grevista. "Não queria que a paralisação acontecesse, mas, por outro lado, reconheço que reivindicar é um direito dos trabalhadores".

Na agência do INSS da Praça da Sé, a greve não foi uma boa notícia para dona Alaíde da Silva, 60 anos. Ela saiu de Castelo Branco e foi até lá obter informações sobre o pedido de aposentadoria. Mãe de quatro filhos e avó de seis netos, ela manifestou o seu desagrado. "Não acho justo, mas vou fazer o quê?".

Quando dona Alaíde terminava de dar entrevista, dona Silvanira Cassiano dos Santos, 71 anos, se aproxima da reportagem do Correio e diz: "Meu filho, vim recadastrar o meu cartão". Após ser informada a respeito da greve, constatou, pesarosa: "Ai, estão fazendo greve, é?". Aposentada desde 1998, dona Silvanira tinha ido à agência do INSS com o intuito de recadastrar o cartão da Caixa Econômica Federal com o qual recebe o benefício da aposentadoria. Mais uma viagem perdida.

UFBA E CEFET

Os professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) continuam a campanha salarial 2004 nos mesmos moldes da pauta nacional e mantêm o indicativo de início de greve para o próximo dia 10 de maio. A categoria requer recuperação das perdas históricas, reajuste emergencial e incorporação das gratificações. Como o governo insiste em reajustes não lineares de 10% a 30% incorporado às gratificações, a categoria definiu que realizará uma nova assembléia no próximo dia 27, às 9h, para rediscutir a conjuntura atual. A assembléia acontecerá no auditório da Ufba/Paf 1, Campus de Ondina.




Fonte: Correio da Bahia

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