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Nacional
Terça - 20 de Abril de 2004 às 12:28
Por: Folha Online

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A Secretaria da Segurança, Defesa e Cidadania informou na noite desta segunda-feira que o governo decidiu substituir a direção da Casa de Detenção José Mário Alves, mais conhecida como Urso Branco, em Porto Velho (RO).

A substituição da direção era uma das reivindicações do presos que estão rebelados desde a última sexta-feira. Pelo menos oito detentos foram mortos pelos colegas a golpes de armas artesanais.

Os rebelados mostraram, em cima do telhado da penitenciária, uma cabeça decapitada de um preso e partes esquartejadas de outro detento assassinado. Eles teriam arremessado os corpos dos demais mortos no pátio interno.

"Reféns"

Cerca de 170 familiares de presos são mantidos dentro da penitenciária. Segundo a secretaria, eles não são considerados reféns, porque se recusaram a deixar o presídio.

Não teria havido nenhum tipo de violência ou ameaça contra essas pessoas. Elas seriam mantidas dentro do presídio pelos detentos para evitar que a Polícia Militar iniciasse uma ação violenta para encerrar o motim. Cerca de 70 PMs entraram nesta manhã em parte da cadeia.

Reivindicações

Os internos também reclamam da a qualidade da comida servida e da regularidade do fornecimento das refeições.

Segundo a mulher de um preso, que preferiu não se identificar, é comum não haver comida para todos os detentos e, em alguns dias, é servida apenas uma refeição. Segundo a secretaria, há cerca de 1.300 pessoas cumprindo pena na cadeia --que tem capacidade para 350 presos.

"Nós reclamamos da comida que nos servem e da falta de medicamentos. Existe gente com HIV aqui dentro que não recebe medicação. Se o governo [estadual] não resolver a situação, podemos continuar matando gente", disse um dos detentos por telefone celular de dentro da penitenciária.

O preso, que não quis se identificar, disse ainda que "diversas pessoas já cumpriram a pena integralmente".

De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, "as reclamações dos presos não procedem, mas a situação daqueles que, por ventura, já tenham cumprido as suas penas será verificada".




Fonte: Agência Folha

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