Agricultura familiar e agroecologia são debatidos em seminário

A importância da agricultura familiar e da agroecologia no processo de inclusão social, produção, agroindustrialização e comercialização de produtos será debatida entre os dias 21 a 24 deste mês, durante o 1º Seminário de Agricultura Familiar e Agroecologia e 3º Encontro Regional de Agroecologia, que ocorrem no campus da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em Tangará da Serra (a 242 km de Cuiabá).

O evento, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Unemat, prefeituras, movimentos sociais, sindicatos e órgão federais, tem por finalidade estimular pequenos agricultores sobre a viabilidade econômica, sustentabilidade ecológica e fixá-los no campo por meio projetos e programas especiais, alguns dos quais estão sendo executados pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (Seder).

A extensa programação do evento prevê realização de palestras, minicursos, debates em mesa redonda, grupos de trabalho e orientação técnica. “A universidade precisa se envolver com a agricultura familiar para pesquisas e abrir mercado para promover a inclusão social”, disse o professor da Unemat, Sandro Benedito Sguarezi, do grupo de pesquisa gestão: agricultura familiar e agroecologia, um dos coordenadores do evento.

Segundo o professor, a Unemat já incentiva e promove discussões sobre agricultura familiar a fim de se aproximar ainda mais da comunidade, auxiliando os agricultores que querem se fixar no campo e garantir emprego e renda. Para tanto, uma das dificuldades encontradas é o acesso e abertura de linhas de crédito para financiar a pequena produção. “A Unemat está se colocando como elo dessa rede. As políticas públicas esbarram em burocracias. Precisamos identificar esse gargalo para elaborar novas políticas públicas”, disse Squarezi. “Se esse pequeno não se organizar, ele desaparece”.

O evento contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, que vai falar no primeiro dia do evento, às 21h30, sobre o programa de agroindustrialização da produção dos agricultores familiares 2003/2006. O secretário adjunto de Agricultura Familiar da Seder, Jilson Francisco da Silva, será um dos palestrantes na sexta-feira (23.04), às 21h30. Na ocasião, Jilson vai expor as políticas do Governo do Estado para a agricultura familiar.

Os debates sobre a importância da agricultura familiar e agroecologia não ficarão restritos apenas ao semimário. Um grupo de trabalho coordenado por Jorge Luiz Schirmer de Mattos, Sandro Squarezi, José Carlos da Silva e José Jaconias da Silva, promoverá ações de sensibilização junto às comunidades, escolas, igrejas, feira de produtores, clubes de serviços e vereadores em defesa da produção e consumo de alimentos saudáveis e de qualidade. “Vamos produzir conhecimento com a comunidade, absorver conhecimento e saberes populares com saber acadêmico”, disse o pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Unemat, Laudemir Luiz Zart.

Em todo o Estado, a predominância de pequenas propriedades que contam com mão-de-obra familiar e que têm o apoio do Governo de Mato Grosso, representa antes de mais nada um modelo de desenvolvimento sustentável que visa garantir melhor qualidade de vida ao homem do campo. Só em Tangará da Serra, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou, em 1996, no censo agropecuário, 1.124 propriedades rurais, sendo que 74% das propriedades possuem menos de 100 hectares.