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Nacional
Segunda - 19 de Abril de 2004 às 18:29

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O Nordeste tem hoje uma população de 77.584 índios, de 46 etnias, segundo dados da Fundação Nacional do índio (Funai). Nesta segunda-feira, caciques da região e de vários outros estados estão em Brasília para participar das comemorações em homenagem ao Dia do Índio. Eles cobram mais ações do governo federal e respeito aos direitos dos seus povos. E pressionam por uma audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A forma encontrada foi a ocupação do salão verde da Câmara Federal. Os índios prometem ficar no local até que o Planalto se posicione. Até o momento, segundo a assessoria do presidente, não há previsão de audiência.

Dizendo-se decepcionado com o governo Lula, o cacique Marcos, da aldeia Xucuru, localizada no município de Pesqueira, a 214 quilômetros de Pernambuco, ressaltou que não há nada o que se comemorar no dia de hoje. "Quando ganhou a eleição, Lula anunciou que iria promover uma política deferenciada para os índios. Não é isso o que está acontecendo", salientou. "Estamos vendo uma situação de retrocesso na questão dos direitos indígenas", complementou. Em Pernambuco são 23.256 índios, divididos em oito etnias.

Segundo o cacique, os problemas dos índios no Nordeste não são diferentes do que os enfrentados nas demais regiões do País. "Nós ainda estamos lutando pela demarcação de nossas terras", disse. Segundo Xucuru, desde o início do Governo petista, 20 índios já morreram assassinados. Ele mesmo, contou, está ameaçado de morte devido sua luta pela terra.

O cacique Potiguara, que é vereador no município de Bahia de Traição (PB), pelo Partido dos Trabalhadores, disse que preocupa todas as tribos a discussão em torno da homologação da Reserva-Raposa Serra do Sol, em Roraima. "Se o relatório do deputado Lindberg Farias (PT-RJ) for aprovado da forma como está, isso atingirá todos os povos do Brasil", disse.

O deputado é relator da comissão externa que acompanha as negociações para demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. No parecer, ele excluiu do processo de demarcação a sede do município de Uriamutã, 15 quilômetros de faixa de fronteira e as áreas dos produtores de arroz. Os índios não aceitam a definição. "Não posso retornar a Paraíba sem uma resposta", disse, justificando a decisão dos índios de acamparem no salão verde da Câmara.




Fonte: Agência Nordeste

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